Infográfico explica lesão e cirurgia de homem atingido por aparelho em academia

Regilânio da Silva Inácio, de 42 anos, teve um deslocamento de vértebras provocado pelo peso de 150 kg

Regilânio da Silva Inácio, de 42 anos, sofreu o mais grave tipo de lesão na coluna vertebral: uma listese. Trata-se de um deslocamento das vértebras, o que provoca fortes dores e compromete a medula espinhal, podendo resultar na perda de movimentos. O motorista de aplicativo se lesionou na sexta-feira quando foi atingido por um aparelho de musculação, no município cearense de Juazeiro do Norte. Ele passou por uma cirurgia e tem menos de 1% de chance de voltar a andar.

O peso do aparelho, que estava com carga de 150 kg, caiu sobre as costas de Regilânio. O resultado foi uma lesão entre as vértebras T12 (fim da parte torácica) e L1 (início da parte lombar). A vértebra inferior (L1) se deslocou para trás em relação à vértebra superior (T12).

O paciente passou por um procedimento cirúrgico neste sábado para realinhamento e estabilização da coluna vertebral. A cirurgia – convencional para este tipo de lesão, e não específica para este caso – consiste na colocação de placa e parafusos metálicos de titânio na área fraturada.

Infográfico mostra como foi a fratura e a cirurgia em aluno de academia que teve a coluna lesionada por aparelho — Foto: Editoria de Arte
Infográfico mostra como foi a fratura e a cirurgia em aluno de academia que teve a coluna lesionada por aparelho — Foto: Editoria de Arte

Além da haste encaixada na parte posterior da coluna vertebral, a cirurgia colocou 12 parafusos nas vértebras de Regilânio, conforme relatou Maria das Dores da Silva Inácio, irmã de Regilanio, em entrevista ao GLOBO.

Coordenador de Neurocirurgia do Hospital Santo Antônio, de Juazeiro do Norte, o médico João Ananias descreveu como é o tratamento genérico para este tipo de fratura.

— O objetivo deste tipo de cirurgia é estabilizar, porque do jeito que estava, ele não poderia nem sentar, porque havia um deslocamento vertebral. Então você pega três vértebras acima e três vértebras abaixo e coloca parafusos e uma haste, uma placa que fica fixando, e torna aquele segmento rígido — explicou Ananias.

Prognóstico neurológico

A cirurgia pela qual passou Regilânio estabiliza a coluna vertebral. No entanto, ela não muda o prognóstico neurológico.

— Entre essas duas vértebras passa a medula espinhal. A medula foi lesionada, a gente quanto a isso não tem o que fazer. Então o objetivo dessa cirurgia é essencialmente estabilização a parte óssea — disse Ananias.

O neurocirurgião José Correia Júnior, que participou da cirurgia, disse ao GLOBO que ainda é prematuro saber se haverá regeneração da medula.

— Saberemos em até 90 dias, nesse prazo podemos afirmar alguma coisa. Neste momento, ainda é precoce avaliar, mas é um nível de lesão bem grave mesmo — afirmou Júnior.

— Foi comunicado a família todos os detalhes e prognósticos em relação ao tipo de fratura e em relação ao tipo de acometimento neurológico do paciente, desde a admissão — acrescentou.

Em entrevista ao GLOBO, Maria das Dores da Silva Inácio, irmã de Regilânio, relatou a forma como o paciente recebeu a notícia sobre sua possibilidade de voltar a caminhar normalmente.

— Ele já sabe qual é a chance dele. Os médicos contaram antes da cirurgia, quando tivemos que assinar um termo, eles tiveram que contar a chance de andar. Aí você imagina: se a gente ficou arrasado, imagina ele, um rapaz que trabalha, tem a vida ativa, vai para a academia, é motorista. É muito difícil esse momento — disse Maria das Dores.

Júnior esteve com o paciente na manhã deste domingo. Regilânio está consciente, conversando e se alimentou. Os próximos passos são a recuperação pós-cirúrgica e a reabilitação, com acompanhamento psicológico.

— Agora o fundamental é ele começar a sentar, a fazer fisioterapia, usar os mecanismos de bombeamento dos membros inferiores para iniciar as movimentações de maneira que o corpo, mesmo passivamente, inicie a movimentação. O corpo é feito para estar em movimento, em mudança de decúbito constante: sentado, em pé, deitado. Então quanto maior essa recuperação multiprofissional, com fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, depois evoluir para hidroterapia, melhor. Uma reabilitação de no mínimo uns seis meses — explicou Júnior.

Maria das Dores passou a noite com o irmão no hospital onde Regilânio se recupera de uma lesão grave na coluna. O motorista descansava entre uma série e outra de exercícios quando a máquina com uma carga de 150 kg caiu sobre suas costas. O homem teve um deslocamento de vértebras e comprometimento das ligações nervosas. Ele não sente os membros inferiores.

— Ele está estável, o quadro não é fácil, por conta da lesão, que é muito grave. Está sentindo muitas dores. Ele passou a noite bem, por conta da anestesia da cirurgia, mas hoje reclamou de dores. O médico disse que é normal, pois passou por uma cirurgia difícil, demorada, perdeu muito sangue — explicou Maria das Dores.

O motorista se lesionou na Academia 220 FIT. Em nota, o estabelecimento afirmou que “de forma acidental, a máquina soltou-se caindo sobre o aluno”.

“O aparelho em questão se encontrava em perfeito estado de funcionamento, visto que, a máquina foi adquirida a menos de 60 dias. Salientamos que, são efetuadas manutenções periódicas em todos os maquinários”, informou a academia.

Siga ODEMOCRATA no Instagram pelo link www.instagram.com/odemocrata
📰Leia e veja as melhores notícias do Distrito Federal, entorno de Brasília, Brasil e do mundo🌎dando ênfase para notícias regionais📍 de utilidade pública.
✔️ANUNCIE CONOSCO
🟩WhatsApp📱(61)99414-6986
✅Fazemos permutas e parcerias🤝🏽
PORTAL DE NOTÍCIAS📲ODEMOCRATA
🌎SEMPRE CONECTADO COM VOÇÊ🖥️

fonte:

O GLOBO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *