PF investiga filiação de Lula a partido de Bolsonaro com dados falsos

Ordem para investigação veio do TSE, após constatação de que o login de uma advogada da PF fez a filiação de Lula ao PL de Bolsonaro

Montagem colorida com imagens de Lula e Bolsonaro datafolha filiação - Metrópoles

A pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Polícia Federal (PF) vai investigar a filiação do presidente Luiz Inácio Lula da da Silva (PT) ao Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro. Até agora sabe-se que o login de uma advogada do PL foi usado para inserir dados falsos e promover a alteração.

Formalmente, Lula estava ligado ao PL, e consequentemente desligado do PT, desde 15 de julho do ano passado. O presidente da República estava filiado ao partido adversário em São Bernardo do Campo, onde tem residência e se tornou um dos criadores do Partido dos Trabalhadores.

O login já foi cancelado.

Uma apuração interna no TSE, após questionamento do jornal O Globo, descobriu a operação. Então, o presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, solicitou a entrada da PF na investigação.

Na decisão de Moraes, obtida pelo jornal, o ministro considera “a existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral” para ordenar a entrada da PF no caso. E apontou que “é fato notório que [Lula] é integrante do Partido dos Trabalhadores” para cancelar a ação.Play Video

Filiação não foi feita com invasão do sistema

De acordo com a apuração interna, não houve invasão do sistema do TSE, mas sim a utilização de “credenciais válidas para o registro de uma nova filiação falsa”. Segundo a Corte, o login usado pertence à advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que trabalha para o PL. O Globo a procurou e ela disse que não se manifestaria.

Waldemar Costa Neto, presidente do PL, tratou como “bobagem” o episódio, ao comentar o caso para o jornal. “As informações da nossa advogada aparecerem como autora da suposta filiação é um fato normal, porque ela está credenciada junto ao TSE para consolidar as filiações em nível nacional”, disse.

Porém, é possível que os dados da advogada estejam em posse de outra ou outras pessoas, já que o tribunal apontou mais de 75 mil utilizações do sistema com o nome dela.

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fonte:

Metrópoles

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