Lula faz troca no comando da Petrobras: sai Prates, entra Chambriard
Após dois meses de fritura, estatal informa a demissão do atual presidente e a indicação da ex-diretora da ANP para o cargo. Mudança ainda precisa ser apreciada pelo conselho de Administração
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu demitir o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, encerrando uma novela que se arrastava desde o início de março, quando a estatal optou por não distribuir aos acionistas os dividendos extraordinários apurados no balanço do quarto trimestre do ano passado, de R$ 43,5 bilhões, seguindo orientação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. No fim da noite de ontem, a Petrobras informou, em nota, que ele será substituído pela engenheira Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Chambriard tem perfil considerado desenvolvimentista e defende a reativação da indústria naval brasileira com investimentos da Petrobras. Ela foi nomeada para o comando da agência reguladora em 2012, pela então presidente Dilma Rousseff. O nome dela ainda será submetido ao Conselho de Administração da estatal.
A situação de Prates não era confortável por causa dos embates que manteve com Silveira. Na assembleia de acionistas que bloqueou a distribuição dos dividendos — contra a vontade do presidente da estatal —, o ministro defendeu que o dinheiro fosse destinado a investimentos da companhia, enquanto Prates propôs a retenção de apenas 50% desses recursos extraordinários.
Por causa do bloqueio, o valor de mercado da companhia na Bolsa de Valores despencou mais de R$ 50 bilhões, refletindo a reação dos acionistas minoritários. No fim de abril, depois de quase dois meses de discussões e trocas de farpas entre os dois, a assembleia de acionistas da estatal decidiu voltar atrás e pagar cerca de R$ 22 bilhões em dividendos extraordinários.
A demissão de Prates foi definida um dia após o anúncio dos resultados da companhia no primeiro trimestre do ano. O lucro, de R$ 23,7 bilhões, é 38% menor do que o apurado nos três primeiros meses do ano passado. Ontem, antes de a demissão se tornar pública, Prates comemorou, nas redes sociais, o resultado do primeiro trimestre, apesar da queda nos lucros. “Estamos no caminho certo. Seguiremos juntos rumo a mais um ano incrível para a nossa companhia”, postou ele.
Logo depois, a Petrobras divulgou uma nota confirmando a saída de Prates, que solicitou a convocação do Conselho de Administração da companhia para “apreciar o encerramento antecipado do mandato” do atual presidente. Segundo a nota, “Prates informou que, uma vez aprovado o encerramento indicado, pretende apresentar renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração”.
Briga pelo poder
O ministro Alexandre Silveira é do PSD e entrou no governo sob as bênçãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como mais um nome do centrão governista. Também conta com apoio do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa. Prates — economista de formação e especializado na área de petróleo e gás — é filiado ao PT e contava com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da Federação Única dos Petroleiros. Os dois vêm divergindo publicamente desde o governo de transição.
No auge da crise dos dividendos, o presidente Lula cogitou levar para o comando da petroleira o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Até o fechamento desta edição, o Palácio do Planalto não havia se manifestado sobre a troca de comando da Petrobras, a mais importante estatal brasileira.
Quem é Magda Chambriard, cotada para a presidência da Petrobras?
Ela já foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo Dilma Rousseff
Magda Chambriard está no centro das atenções como a possível nova líder da Petrobras, mas quem é ela? Com uma trajetória destacada no setor de petróleo, Chambriard já teve um papel de destaque em governos petistas anteriores. Sua ascensão começou em 2012, quando foi nomeada pela então presidente Dilma Rousseff como diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cargo para o qual já tinha sido indicada em 2008, durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Formação de Magda Chambriard
Engenheira especializada em Exploração e Produção de petróleo, Chambriard iniciou sua carreira na Petrobras em 1980, como estagiária, e permaneceu lá até 2001. Posteriormente, em 2002, ingressou na ANP como assessora da diretoria, tornando-se diretora posteriormente, antes de sair da agência em 2016.
Sua proximidade com Dilma Rousseff remonta ao período em que a ex-presidente ocupava o cargo de ministra da Casa Civil no governo Lula. No entanto, em 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro, Chambriard expressou críticas às frequentes mudanças de presidente na estatal. Em entrevista ao Estadão, ela classificou uma demissão como “espantosa” e alertou para o risco que a instabilidade no comando da empresa representa para os acionistas, denotando uma “total desorganização do país e falta de previsibilidade”.
Em suma, se confirmada como presidente da Petrobras, Magda Chambriard terá a missão de liderar uma das maiores empresas do Brasil em um momento crucial para o setor de energia nacional.
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