Cesta de Natal este ano está 16,12% mais cara do que em 2014

A ceia de Natal vai custar 16,12% mais neste ano para os brasileiros do que custou no ano passado. Levantamento feito pela IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) apontou que produtos típicos da data tiverem alta de preço acima de 10,39%, que é a inflação média registrada pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), no período de dezembro do ano passado até o último mês de novembro.
O bacalhau, cujo preço de importação foi afetado pela alta do dólar, é um dos que ficou mais caro, com alta de 43,28%. Batata-inglesa e maionese, ingredientes que fazem parte do tradicional salpicão natalino, estão respectivamente 54,61% e 15,18% mais caros. O panetone é outro produto que participou da escalada de preços, aumentando 12,15%.O frango escapou por pouco de bater o índice, encarecendo 10,37%. Já as frutas tiveram alta de 9,34%, ficando ainda entre as maiores altas, mas abaixo do IPC.
O pesquisador e economista do IBRE/FGV, André Braz, explica que, entre os motivos para o aumento dos preços, estão condições climáticas, como excesso de chuvas e granizo, que atingem alimentos como frutas (9,48%) e cebola (60,87%). Além disso, a alta de combustíveis, entre eles o diesel, usado no transporte das mercadorias, encarece os fretes e o preço é repassado para o consumidor. Por fim, segundo Braz, a alta do dólar atinge produtos industrializados e, em boa parte, importados, como vinhos (24,57%) e azeite (18,21%).
Campeã, entre as altas, figura a cebola, com aumento de 60,87%. Azeitonas também ficaram acima do IPC, com 11,56%. E os ovos ficaram 13,62% mais caros.
O economista afirma que ainda é possível gastar menos com “produtos de qualidade, mas com marcas menos tradicionais, que são sempre mais baratos.” Com esse tipo de cuidado e uma boa pesquisa, ele diz ser possível economizar até 50%”, acredita.
A família da servidora pública Arlete Bernardo não abre mão da tradicional ceia na noite do dia 24. Arlete conta que, como a família é grande, a saída para não gastar muito é dividir os custos do cardápio. “Eu recolho a contribuição de cada um, compro os alimentos e preparo a ceia, assim, fica bom para todo mundo”. Arlete também visita supermercados concorrentes para comparar os preços.
Para a ceia do réveillon, que é bastante parecida com a do Natal, a previsão é a mesma: “não há tempo hábil para que os preços recuem, eles vão se manter altos e pesar no bolso dos brasileiros”, conclui Braz.
Fonte: FatoOnline