MP-DF denuncia sete por esquema de fraudes em anúncios de emprego
O Ministério Público do Distrito Federal denunciou sete pessoas por aplicar golpes por meio do anúncio de falsas vagas de emprego. Parte do grupo foi presa em julho, durante a Operação Fake Job. Segundo a Polícia Civil, os acusados divulgavam oportunidades em sites, panfletos e jornais de grande circulação. Interessados eram informados de que deveriam pagar até R$ 180 para fazer um curso ou emitir certidões de antecedentes criminais. Depois, as vítimas descobriam que as ofertas eram mentirosas.
O homem apontado como líder da quadrilha, Renan Romero Dias, é dono de uma empresa de recursos humanos em Praia Grande (SP). As investigações identificaram 14 sites nos quais eram oferecidos os cursos com certificados supostamente necessários à obtenção das vagas. Uma das acusadas atendia, por dia, 20 pessoas, arrecadando quase R$ 70 mil por mês, afirmou o MP.
Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão durante a operação. Para o Ministério Público, o esquema ocorria desde janeiro de 2013. A investigação apontou ainda que adolescentes eram recrutados para atuar no esquema. Eles podiam trabalhar de casa e ganhavam comissão de R$ 25 para cada R$ 150 que conseguiam arrecadar.
Dos acusados, cinco são mulheres. De acordo com o MP, as investigações ainda estão em curso e pode haver mais pessoas envolvidas nos crimes. O processo tramita na 2ª Vara Criminal de Brasília.
Operação
O esquema foi desarticulado por policiais do DF no dia 25 de julho, com a prisão de oito pessoas. Segundo as investigações, o grupo orientava jovens entre 12 e 17 anos a anunciar ofertas de emprego em sites e jornais. De acordo com o delegado Ataliba Neto, “centenas de milhares de vítimas” podem caído no golpe em todo o país.
As investigações começaram há um ano após denúncias de vítimas em Brasília. As apurações acabaram levando à empresa de Renan Romero Dias, que funcionava como call center em SP. Segundo a delegada Ângela Santos, ele tem passagens por estelionato desde 2005.
“O chefe se apresentava na periferia como empresário bem sucedido, atraindo a atenção dos jovens, que trabalhariam para ele. Eles não sabiam que nenhuma vaga de fato era oferecida”, disse o delegado Ataliba Neto. Uma das presas é a mulher de Dias, que era responsável pela “contabilidade” dos golpes.
Os suspeitos foram indiciados por estelionato e organização criminosa. A pena prevista é de até 13 anos de prisão. Na delegacia, um deles disse ter sido detido por engano porque a empresa, que empregava o primo dele, chegou a usar seus dados para aplicar golpes. Ele negou ter conhecimento de quas vagas eram falsas.