Juiz acata denúncia contra Carlinhos Cachoeira e Leréia por corrupção

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o ex-deputado federal Carlos Alberto Leréia da Silva (PDSB-GO), respondem a mais um processo na Justiça Federal. O magistrado Rafael Ângelo Slomp acatou a denúncia contra o empresário pelo crime de corrupção ativa e contra o político, por corrupção passiva.

Autor da ação, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que, ao longo de 2011, Carlinhos Cachoeira, que é acusado de chefiar uma máfia de caça-níqueis desarticulada pela Operação Monte Carlo, pagou ao então deputado Alberto Leréia uma espécie de “mensalinho”. Segundo a investigação, ele recebia valores entre R$ 20 mil e R$ 25 mil para beneficiar a organização criminosa comandada pelo contraventor.

Advogado de Cachoeira, Cléber Lopes disse que foi notificado da decisão na última sexta-feira (10) e está providenciando cópias do processo para fazer a defesa dentro do prazo estabelecido pela Justiça Federal. Ele alegou que essa acusação “não tem procedência” e  compõe vários processos que têm o objetivo de “minar” Cachoeira.

Também procuramos, por telefone, a defesa de Carlos Alberto Leréia da Silva, que é realizada pelo Escritório Barbosa de Sá e Alencastro. No entanto, os advogados não se pronunciaram sobre o processo até a publicação desta reportagem. O PSDB também não se posicionou sobre a denúncia.

Denúncia
Segundo as investigações, em ao menos cinco vezes diferentes, o ex-parlamentar usou de sua posição e conexões políticas para favorecer aos interesses do contraventor. A relação dos dois era tão íntima que o Cachoiera chegou a fornecer seu cartão de crédito pessoal além de senha a Leréia, diz a denúncia. Esse fato, descoberto em abril de 2012, relacionou, pela primeira vez, os dois denunciados.

O documento pontua ainda que os pagamentos eram realizados para que Leréia usasse seu mandato para “atender aos interesses particulares e, muitas vezes, ilícitos de Cachoeira”. Na prática, conforme o MPF-GO, Cachoeira “alugou o mandato do amigo Leréia, mediante propina”.

Ainda de acordo com a procuradoria, o contraventor solicitou a Leréia que conseguisse a nomeação em cargos públicos para o Governo de Goiás, pedidos atendidos pelo então político. Nos autos constam que Leréia já confessou em depoimento que “se valia de seu mandato de deputado federal” para solicitar nomeações ou manutenção de alguns cargos. Na ocasião, ele afirmou que “é bastante comum” políticos receberem pedidos de várias pessoas solicitando empregos na administração estadual.

Neste contexto, Lereia pontuou que, “quando lícito”, encaminhava, via ofício, solicitações para contratação ou manutenção de algum servidor no cargo.

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