Após alerta do MP, Caesb inspeciona rede de esgoto na Orla do Lago Sul
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) inicia, nesta terça-feira (11/7), inspeção e manutenção na rede de esgoto na Orla do Lago Sul. A medida é anunciada depois de o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) pedir a interdição do parque Deck Sul, em função da alta concentração da bactéria Vibrio cholerae, causadora da cólera, no local, e de centenas de peixes serem encontrados mortos no Boqueirão, na Bacia do Paranoá.
As ações preveem a desobstrução e a limpeza da rede com a utilização de caminhão de grande porte, equipado com máquina de hidrojato. Já nas corretivas, poderão ser realizados consertos e manutenções diversas, utilizando-se caminhões e retroescavadeiras, dependendo do grau de dificuldade.
Segundo a empresa, numa primeira etapa, serão distribuídos avisos informando sobre a ação e a importância da colaboração da população em facilitar o acesso às residências. Os empregados estarão uniformizados e portando crachá de identificação da Caesb.
Caso o portão esteja fechado, será deixado uma notificação de comparecimento com as devidas informações de procedimento. A ação começa pelas quadras pares, entre a QL 2 e a QL 24 (nesta ordem). De acordo com a Caesb, ação semelhante ocorreu no Lago Norte no mês de maio.
Deck Sul
No início do mês, procuradores alertaram que o Deck Sul, espaço de lazer próximo à Ponte das Garças, na L4 Sul, apresentava risco à saúde pública e à vegetação local. “Tanto levantamentos periódicos realizados pela Caesb quanto os realizados pelo próprio empreendedor atestam a má qualidade da água no local, o que coloca em risco a população de usuários daquela região”, afirmou o promotor Roberto Carlos Batista, responsável pela ação civil pública.
Na semana passada, a Justiça negou o pedido de interdição, orientando o GDF a colocar placas indicativas no parque alertando os usuários sobre uma eventual contaminação da água.
Peixes mortos
No dia 1º de julho, centenas de peixes mortos foram encontrados às margens do Rio Paranoá. A causa é apurada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que coletou água e material do local para análise, e outros órgãos.
O despejo irregular de esgoto pode ter sido o motivo da mortandade. A Caesb aguarda as investigações, mas assegura que o “tratamento de esgoto é de excelente nível e reconhecido nacional e internacionalmente”.
O fato despertou indignação nos moradores do Núcleo Rural Boqueirão e de ambientalistas. O mau cheiro que ainda tomou conta do local aponta que os dejetos despejados podem ter afetado o rio.
Em novembro do ano passado, o Lago Paranoá chegou a ser parcialmente interditado para banho e uso após milhares de peixes aparecerem mortos na margem próxima à Ponte das Garças, na altura da QL 8 do Lago Sul. Depois de mais de um mês de investigações e exames, foi constatado que houve uma grande proliferação de cianobactérias que consumiam o oxigênio da água, decorrente da poluição levada pelos córregos que abastecem o reservatório.