PCdoB deixa aliança com PT e quer candidatura própria

Embalado pelo desempenho no governo do Maranhão e pela expectativa dos eleitores por nomes novos na política, o PCdoB decidiu apresentar candidatura cabeça de chapa para o Palácio do Buriti em 2018. O movimento coloca em segundo plano a histórica aliança da legenda com o PT no tabuleiro brasiliense.

O partido avalia três nomes para protagonizar a corrida pelo Executivo. A lista é composta pela ex-senadora e ex-ministra da Secretaria Especial da Mulher, Emília Fernandes; do professor da Universidade de Brasília especialista em Bioética e integrante da delegação brasileira na Unesco, Volnei Garrafa; e da ex-secretaria da Mulher no Distrito Federal, Olgamir Amancia.

Segundo o presidente regional do PCdoB no DF, Augusto Madeira, a sigla espera definir a cara da candidatura até o final deste ano. “Nós queremos que o PCdoB tenha feição própria. Queremos também mostrar as nossas lideranças políticas”, crava Madeira.

O PCdoB tem uma história peculiar no cenário nacional. Apesar do destaque durante luta contra o Regime Militar, só disputou prefeituras pelo Brasil a partir de 1996. Em 2010, apresentou o filiado Flávio Dino para o governo do Maranhão. Perdeu, mas ganhou musculatura para ganhar, com ele, em 2014.

“O Flávio Dino pegou um governo muito difícil no Maranhão. Um estado grande, mas muito pobre. E ele conseguiu fazer realizações principalmente na área da educação que o colocam hoje como um dos governadores mais bem avaliados do Brasil. O Dino comprova que é possível, com decisão, clareza e determinação, mesmo com poucos recursos, se fazer um bom governo”, argumenta.

Dino tem conseguido ser um ator político nacional, gerando influência política nos debates em todo país. O PCdoB chegou a participar do mal avaliado governo de Agnelo Queiroz, seu antigo militante, mas abrigado no PT. Na gestão Rollemberg (PSB), o partido tem mantido oposição desde a posse.

“Queremos ter nossa própria cara. Nós achamos que o governo Agnelo teve acertos, mas teve muitos erros também. Nós achamos que aqui no DF é necessário apresentarmos candidatos para a ideia de um governo de esquerda não fique apenas com os exemplos do Agnelo e do Rollemberg, como estamos vivendo agora. Quando a gente fala do Dino estamos falando que é possível fazer um bom governo de esquerda”, comenta Madeira.

Seja qual for o nome, a esquerda enfrentará uma forte rejeição no DF. Pesquisas apontam o descontentamento dos brasilienses com este campo ideológico, especialmente pelos resultados duvidosos das últimas gestões. Para ser um contraponto ao governo Rollemberg, Madeira acusa a gestão do PSB de não possuir foco para a solução de problemas e patinar na ausência de um projeto de desenvolvimento para a capital federal.

Meta é fazer 2 deputados

Os planos do PCdoB também projetam candidaturas para o Congresso e a Câmara Legislativa. O personagem na corrida para Senado Federal deverá sair entre os nomes preteridos da lista tríplice para o Buriti. Segundo Augusto Madeira, a sigla mira na eleição de um deputado federal e um distrital.

No debate sobre as regras eleitorais para 2018, o presidente regional não avalia positivamente a reforma política em curso no Congresso. Segundo Madeira, as propostas do distritão e do voto distrital misto vão gerar distorções como a personificação das eleições e o enfraquecimento dos partidos.

O distritão aposenta o cálculo proporcional e impõem o modelo majoritária. Ou seja, ganha quem tem mais votos, enfraquecendo as alianças proporcionais. O distrital misto mistura o modelo majoritário com o proporcional. Metade dos vagas vai para os campeões na votação e outra para as coligações.

“Nossa estratégia vai depender do que foi aprovado, obviamente. O distritão é muito ruim, porque personifica muito e evita a renoção. Estou mais preocupado com o distrital misto, porque ele é muito excludente”, pondera.

Independente da nova postura do PCdoB, o Partido dos Trabalhadores mantém o respeito ao companheiro histórico, mas espera que as siglas estejam na mesma frente em 2018. Segundo a presidente regional do PT no DF, deputada federal Érika Kokay, as duas siglas ainda nutrem a mesma identidade, defendendo a mesma unidade progamática e construindo uma oposição nacional ao governo de Michel Temer (PMDB).

“O PT fará ainda em agosto um congresso para discutir a tática eleitoral para 2018. Montamos uma comissão para buscar a unidade com outros partidos de esquerda. Essa construção deste arco de aliança é a prioridade. E o PT também tem bons nomes para apresentar para o GDF”, conta.

fonte:

JBr.

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