Aliados e oponentes duvidam que Frejat abandone pré-candidatura

 

Jofran Frejat está tranquilo porque garante não ter nada a perder. Depois de um fim de semana recluso em sua casa, no Lago Sul, o pré-candidato ao Buriti espera o retorno do cacique do Partido da República (PR), Valdemar Costa Neto, hoje, para definir se continua ou não na disputa.

Desde a última sexta-feira (13), ele tem dito que pode desistir de ser o nome da sua coligação para o governo, se não puder selecionar seu vice, entre outros motivos. Em seu grupo, figuras poderosas da política local agem direta e indiretamente para se perpetuarem no comando do DF. Entre eles, o ex-governador José Roberto Arruda (PR), cuja mulher Flávia Arruda foi vice de Frejat no pleito de 2014, e o ex-vice-governador Tadeu Filipelli (MDB), um dos primeiros a se aliar ao republicano em 2018.

A possível desistência de Frejat, como o próprio garante, é justamente para marcar sua posição independente em relação aos dois e, por conseguinte, fortalecer sua candidatura. Ele admite que receber respaldo para continuar na disputa, podendo escolher inteiramente com quem trabalhar, tornaria seu nome soberano.

Essa possibilidade, inclusive, faz seus adversários pensarem em um blefe do republicano, mais bem colocado nas pesquisas dentre os pré-candidatos já revelados. Por isso, dois de seus concorrentes na briga pelo cargo de governador de Brasília analisam a situação de maneiras distintas.

Eliana Pedrosa (Pros) diz “nem ter pensado” sobre como a saída de Frejat impactaria no cenário político local. “Não consigo trabalhar com esse grau de incerteza tão grande. Pode ter uma mexida no tabuleiro, depois duas, três. Não me aventuraria ainda a fazer prospecção sem saber o que de concreto existe no que foi dito”, contemporiza.

Izalci Lucas (PSDB), cuja pré-candidatura está ameaçada pelo fantasma do acordo nacional entre o presidente do seu partido, Geraldo Alckmin, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, partiu para o ataque. Segundo ele, o nome do PR para o Buriti pensa em desistir porque está assustado com o tamanho do fardo que terá pela frente, caso seja eleito. “Eu não, sei o que vou fazer do primeiro ao último dia do meu mandato”, se gaba. “Quem for pensar no que vai fazer só depois de ganhar vai ficar numa situação complicada. A situação do DF assusta a qualquer um. As pessoas estão revoltadas, desiludidas e a gente sabe que não vai ser fácil”, complementa Izalci.

Tabuleiro quebrado
Para acrescentar complexidade ao jogo, o nome de Ibaneis Rocha (MDB), ex-presidente da OAB-DF, foi novamente dado como certo na vaga de vice de Frejat. Isso somente nos bastidores, porque oficialmente tanto membros do PR quanto do MDB negam que qualquer acordo tenha sido firmado.

“Já havia uma discussão nesse sentido e é provável, mas não tem comunicado oficial. Pelo menos a mim não. Se tomaram uma decisão, foi à minha revelia”, garante o secretário-geral do MDB no DF e lider da bancada da sigla na Câmara Legislativa, Wellington Luiz.

Todas as decisões foram deixadas para hoje, porque o fim de semana foi de reclusão e reflexão.

Crença na continuidade

Único integrante do PR que atendeu ao telefone neste domingo (15), o deputado distrital Bispo Renato Andrade reforçou a impressão de que Frejat dificilmente vai deixar a disputa. “A força (para permanecer) ele já tem, e ela vem da Executiva Nacional do partido. Os problemas acontecem aqui no DF”, faz a ressalva.

Segundo ele, não existe outro nome para disputar o Buriti pela coligação atual que não o do ex-médico, portanto os esforços devem ser para ele continuar na disputa e ter mais autonomia nas composições para seu possível governo vindouro. “ Acredito que ele fica desde que de fato possa construir o que projetou. Escolher o vice, por exemplo, e que possa compor a equipe que quer . Lógico que o apoio meu ele sempre teve e sempre vai ter”, tratou de acrescentar.

Recém-aliado ao PR para as eleições, Cristian Viana, presidente do PHS no DF, também diz não crer na desistência. “O Frejat está muito bem colocado no cenário. Uma opinião pessoal minha é que dificilmente ele vai deixar essa briga”, palpita.

Os movimentos do MDB para forçar Ibaneis como vice, sem combinar com Frejat, resultaram em informações desencontradas. Os emedebistas Wellington Luiz e Rafael Prudente foram dados como presentes em uma suposta reunião na casa de Frejat, ontem, para definir a chapa. No entanto, nenhum dos dois estava nesse encontro no Lago Sul.

A pressão vem de todos os lados porque resta uma semana para o início das convenções partidárias que definirão os nomes de cada sigla para os cargos no DF.

fonte:

JBr

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