Jovem perde bebê após ser orientada a ir para casa por equipe médica no Hospital Gama


Fachada do setor de ginecologia do Hospital Regional do Gama — Foto: TV Globo

A jovem Brenda Elen Damascena, de 19 anos, perdeu o bebê que carregava, após 37 semanas de gestação, nesta terça-feira (11). Segundo a família, que mora na região do Gama, no Distrito Federal, nos últimos três dias Brenda procurou atendimento em dois hospitais públicos do DF, mas foi orientada a voltar para casa.

A morte do bebê foi constatada após exame realizado nesta terça. A sogra de Brenda, Rita de Cássia Amaral Rodrigues, disse que a neta poderia ter sido salva.

“Se os médicos tivessem encaminhado ela para uma cesariana, eu estaria com a minha neta nos braços agora. Ela ia se chamar Sofia Louise.”

A direção do Hospital Regional do Gama (HRG) afirmou à reportagem que Brenda foi atendida na unidade de saúde na quarta-feira (05) e no sábado (08). Que ela estava com 37 semanas de gestação e “que a equipe médica constatou que tanto a mãe quanto a criança estavam em boas condições” (veja mais abaixo).

Peregrinação por atendimento

Segundo a sogra de Brenda, Rita de Cássia Amaral Rodrigues, a gestante passou mal na última sexta-feira (7) e procurou o Hospital do Gama. A mulher afirma que, após avaliar a jovem, a equipe médica a orientou a voltar para casa e fazer exercícios “para acelerar o trabalho de parto”.

“Eles diziam que ela ainda não tinha dilatação suficiente para dar à luz.”

O mal-estar, porém, não passou. Ainda de acordo com a sogra, no sábado (8), Brenda voltou a procurar atendimento no HRG.

Sem conseguir ser internada, ela foi até o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). “Mas nos dois hospitais mandaram ela voltar para casa”, afirma Rita de Cássia.

No domingo (9), uma nova tentativa de internação e a mesma resposta. Segundo a sogra de Brenda, em todas as visitas aos hospitais, o único exame realizado foi o de toque, para medir a dilatação da gestante.

Só na segunda-feira (10), aflita com a situação, Rita de Cássia levou a nora a uma clínica particular para fazer exames.

“Ela tava sentindo muita dor. Mas os médicos não queriam fazer uma cesária nela, mesmo vendo que ela não tinha passagem para o bebê nascer de parto normal.”

Sem batimentos

Nesta terça, Brenda acordou passando mal e foi levada novamente para o Hospital do Gama. Segundo a sogra, pela primeira vez desde que a jovem começou a procurar atendimento, a equipe fez uma ecografia para observar a situação do bebê.

“No exame, o coraçãozinho dele já não estava mais batendo, mas nós ainda não tivemos coragem de contar pra ela.”

A família afirma ainda que os médicos não deram nenhuma explicação sobre a morte do bebê. “Minha nora esteve aqui todos os dias, desde sexta-feira, e não foi atendida corretamente”, lamentou Rita de Cássia Amaral Rodrigues.

O que diz o hospital

Segundo o Hospital Regional do Gama, Brenda foi atendida e avaliada pela equipe de ginecologia e obstetrícia, que constatou que a mãe estava em bom estado geral e que os batimentos cardíacos fetais, na ocasião, estavam normais.


fonte:

G1