UnB prevê 2,6 mil mortes e pico do coronavírus no DF até dezembro

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) projetam quando será o período de pico para os casos do novo coronavírus no Distrito Federal. Foram identificados quatro prováveis cenários para a evolução da doença no DF, sendo que o mais factível, segundo os estudiosos, prevê que, em função da flexibilização e do relaxamento das medidas de isolamento social, o ápice deverá ocorrer entre agosto e dezembro deste ano. Essa análise aponta, ainda, que a doença pode matar até 2.634 pessoas na capital do país.
De acordo com os especialistas que assinam a nota técnica divulgada pela universidade, o documento não tem o objetivo de gerar pânico na sociedade, mas sim informar ao Governo do DF (GDF) e à população, com dados científicos, para que tomem decisões a respeito da batalha contra a pandemia. Os pesquisadores analisaram as medidas e os fatos ocorridos até o momento e também fizeram propostas de novas ações.
O primeiro cenário parte do princípio de uma eventual omissão completa do GDF, dos órgãos de controle e da sociedade. Nele, a doença mataria 6.569 pessoas. No entanto os pesquisadores descartam essa possibilidade, justamente por que o governo e grande parte da sociedade estão engajados, até o momento, na luta contra o coronavírus.
O segundo cenário leva em consideração uma ligeira flexibilização das medidas de controle e do isolamento. Nele, o pico da doença seria entre agosto e dezembro. Nesse caso, a previsão de mortes é de 777 pessoas. Em linhas gerais, é uma situação mais equilibrada e requer medidas sustentáveis para ser concretizada. Nessa análise, é possível fazer o achatamento da curva de contaminação.
MAIS SOBRE O ASSUNTO
O cenário de número três tem como norte um eventual relaxamento moderado. Nele, o pico da Covid-19 no DF será entre agosto e outubro. O total de óbitos chegará a 2.634. Nessa situação, há risco de sobrecarga no sistema de saúde, justamente em função do grande número de infectados. Nesse caso, são necessários, pelo menos, 423 leitos de unidades de tratamento intensivo (UTIs) e 983 leitos convencionais para internação.
O último cenário seria aquele no qual as medidas de contenção fossem ainda mais rígidas do que as atuais. O pico da doença seria ainda em maio. Caso ocorresse, o número provável de mortes chegaria a 112. Do ponto de vista dos pesquisadores, essa projeção depende de medidas severas e, por isso, pode ser insustentável.
Isolamento social
Na leitura dos pesquisadores, os cenários mais prováveis para o DF são o dois e o três, com relaxamento ligeiro ou moderado das medidas de controle e isolamento social. O estudo também ratificou a eficácia dos resultados dos decretos do GDF para suspensão das atividades locais e implantação do isolamento social. Ambos resultaram na diminuição dos casos no DF.