Servidores do HRG homenageiam doutor Geraldo Silva

O último dia 11 de novembro foi especial para o médico humanista Geraldo Gonçalves Silva. O profissional, que tem quase 41 anos de trabalho, se aposentou. Nos últimos 32 anos, Silva trabalhou no Hospital Regional do Gama (HRG), onde atendeu milhares de pacientes e ficou conhecido por sua dedicação à medicina e aos mais necessitados.
Antes de iniciar suas atividades no HRG, Geraldo trabalhounas prefeituras de Luziânia e Cristalina. Também atuou por cinco anos pelas Forças Armadas, sendo médico da reserva. O profissional também atendia vários pacientes em domicílio de forma gratuita, participando também de mutirões de saúde por todo o DF.
Neste último dia de trabalho fixo, Geraldo recebeu uma homenagem dos colegas. O superintendente da Região Sul de saúde pública, o médico Lucimir Maia, participou da festa de despedida. “A reputação de um profissional é construída ao longo de muitos anos. E ela é facilmente derrubada. Em um deslize, você perde toda ela. E você nunca deslizou, sempre andou num caminho reto”, declarou.
“Qualquer pessoa que eu encontrava aqui da cidade falava o seu nome. É uma gratidão de toda uma cidade, de todo o Gama. Não tem ninguém que fale mal de você. Todos conhecem você e o seu valor”, ressaltou Lucimir.
O líder comunitário e pioneiro do Gama Antônio Gomes Formiga (Formigão) também prestigiou a comemoração em homenagem ao doutor Geraldo. Ele relembrou o cuidado que o médico teve com ele quando foi acometido por um câncer há 25 anos e agora pela covid-19. “Não tem palavra nesse mundo que possa agradecer o que o senhor fez por mim e pela comunidade do Gama e Entorno”, agradeceu Formiga.
A turma de residentes do HRG, coordenada por Geraldo, também fez questão de deixar sua homenagem. “O nosso lado egoísta fala para o senhor ficar e nos fazer companhia por mais um tempinho. Todos nós sabemos o quanto que o senhor contribuiu para esse hospital e como foi resolutivo. Mas o nosso coração está mesmo transbordando de felicidade de ver um médico que se dedicou tantos anos da sua vida para esse hospital e para os seus pacientes. E nós, residentes da clínica médica, temos muito que agradecer o senhor”, diz o texto lido pela residente Layssa Ribeiro de Oliveira.
Guilherme Gonçalves Silva Pinto, filho de Geraldo, também seguiu carreira médica. O jovem presta serviços há quatro anos na UTI do HRG e se emocionou ao falar do legado que o pai deixou para ele. “Meu pai é um exemplo de ser humano, de vida, de vitória. E me espelhar nele é um orgulho muito grande. E espero contribuir, com a comunidade, pelo menos metade do que ele contribuiu e contribui, porque ele é um ser de luz”, afirma Guilherme.

“Ser médico é um dom”
Mesmo aposentado, o doutor Geraldo segue comparecendo ao Hospital do Gama, prestando serviços na condição de voluntário. “Isso fez com que eu me sentisse mais em casa, porque ser médico, é um dom e trabalhar no serviço público é outro dom”, afirmou.
Para ele, ficar parado em casa não era uma opção. “Eu me senti mesmo como um cachorro que caiu do caminhão da mudança em uma autoestrada”, brincou, ao dizer como se sentiria sem ter uma ocupação.
Geraldo optou pelo HRG por entender que quem mais precisava de seus serviços iria procura-lo na rede pública. “No [hospital] particular eu não tenho como prestar assistência gratuita, poder ajudar a quem precisa. Às vezes, quem mais precisa, não está pedindo. Está lá sentado, esperando… E alguém traz até a mim ou eu vou ao encontro”, explicou.
“Hoje eu estou bem mais aliviado, porque eu não vou deixar o que eu sei fazer, o dom que Deus me deu”, conclui Geraldo emocionado.
