Vídeo: PF encontra arsenal de armas e munição com Roberto Jefferson
Preso após atacar policiais federais com tiros de fuzil e granadas, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) mantinha um farto arsenal de armas e munições na casa onde mora, na cidade de Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro. Os armamentos foram encontrados por agentes que cumpriram mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Nas imagens obtidas pela coluna Na Mira, é possível visualizar munição de treino e até mesmo de fuzil 556. Duas armas também aparecem nas gravações. Confira:
Jefferson está preso no presídio de Benfica, no Rio de Janeiro, desde a madrugada desta segunda (24/10). Durante oito horas, no domingo (23/10), ele negou se entregar à PF e, da sua casa, disparou pelo menos 20 vezes e ainda jogou granadas contra os agentes. Estilhaços do artefato atingiram o delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira. Eles receberam atendimento médico no hospital e, em seguida, foram liberados. Somente às 19h, após negociação, o ex-deputado desistiu.
Gravações registram o momento em que a viatura recebeu mais de 20 tiros. Segundo a corporação, o delegado e a policial ainda foram recebidos com um ataque de granadas. Mais cedo, nas redes sociais, o ex-deputado afirmou que não atirou nos agentes da Polícia Federal do Rio de Janeiro “para pegar”.
Jefferson cumpria prisão domiciliar em Levy Gasparian, após ser preso em Bangu, em 2021, no âmbito do inquérito que investiga atos de “organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação e financiamento político com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”. Por ter descumprido diversas medidas, como receber visitas, usar redes sociais, continuar compartilhando fake news e seguir atacando o STF e seus integrantes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a volta do ex-parlamentar à prisão.
A gota d’água veio depois de o político usar as redes sociais da filha para xingar a ministra Cármen Lúcia.
A negociação para a rendição de Jefferson começou ainda pela manhã. Somente às 19h ele entrou no carro da PF para ser conduzido à superintendência no Rio e, depois, ao presídio de Benfica.
Vídeo obtido pela coluna Na Mira, do Metrópoles, mostra o momento da negociação de uma equipe da Polícia Federal com o ex-deputado. Entre as pessoas presentes na casa de Jefferson, estava o padre Kelmon (PTB), candidato à Presidência nas eleições deste ano no lugar de Jefferson.
Assista ao vídeo:
O agente de operações táticas da Polícia Federal Vinícius Segundo foi bastante criticado por seus colegas da policia federal pelo jeito e forma como fala em um vídeo negociando com o ex-deputado Roberto Jefferson para que se entregasse. E enviou em um grupo de colegas uma mensagem esclarecendo sua conduta.
Na mensagem, a que tive acesso, Segundo afirma ser negociador formado pelo Comando de Operações Táticas, (COT) a tropa de elite da Polícia Federal, e se identificando como chefe-substituto do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) e do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom).
Ele escreve que “a responsabilidade da negociação era enorme” e que “não havia condições de fazer uma entrada tática com tantas pessoas na casa e a informação que havia várias armas”.
No vídeo, que publicamos no blog em primeira mão neste domingo (veja abaixo), o agente adota um tom amistoso com Jefferson, que confessa ter atirado granadas “de efeito moral” contra os policiais federais que cercaram sua casa e afirma que os teve na mira três vezes.
O agente chega a dizer no início da conversa que “o que o senhor precisar, a gente vai fazer”. Quando Jefferson comenta que os policiais que cercaram sua casa estavam “sem colete, de peito nu”, o agente diz que os colegas eram profissionais da inteligência, “burocráticos”, não operacionais. “Eles estavam tão tranquilos…”
Na mensagem, Vinícius justifica a atitude: “Eu vesti um personagem para desacelerar a situação da melhor maneira possível!”
E resumiu o dilema: “Virou um gerenciamento de crise, se sai um inocente ferido ou morto seria uma tragédia e nome da PF na lama! Graças a Deus tudo terminou bem sem ninguém ferido ou morto e o perpetrador preso!”
Pela mensagem, é possível deduzir que o agente considera que houve um erro de cálculo da PF no planejamento da operação: “Infelizmente não dá para colocar todos os detalhes aqui, mas tenham certeza que se a equipe do GPI estivesse no momento da troca de tiro o resultado poderia ser outro, mas chegamos com uma situação de gerenciamento de crise, aí toda conduta muda!”
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