A economia brasileira cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é exatamente igual ao do crescimento do quarto trimestre do ano passado. Em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB) alcançou R$ 1,11 trilhão.
O crescimento do PIB do país nos primeiros três meses de 2013, contudo, veio abaixo do esperado por economistas ouvidos pelo G1, que estimavam aumento entre 0,8% e 1%.
Em todo o ano de 2012, a economia do país cresceu 0,9%.
Na comparação com igual período de 2012, a alta do PIB brasileiro entre janeiro e março foi de 1,9%. No acumulado dos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2013, o PIB registrou crescimento de 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Agropecuária sobe 9,7%
O maior destaque foi a agropecuária, de acordo com o IBGE, com avanço de 9,7% – o maior crescimento desde o segundo trimestre de 1998, quando a alta foi de 13,9%.
Em relação ao primeiro trimestre de 2012, a alta na agropecuária foi de 17% e, nesse caso, é taxa a mais alta desde o início da serie histórica, em 1996. O aumento nessa comparação pode ser explicado pelo bom desempenho de produtos que possuem safra relevante no primeiro trimestre e pelo crescimento na produtividade, salienta o IBGE, citando crescimento nas safras da soja (23,3%), milho (9,1%), fumo (5,7%) e arroz (5,1%).
Indústria cai 0,3%
A indústria, porém, caiu 0,3% sobre o trimestre imediatamente anterior. A queda foi puxada pela extrativa mineral, que registrou recuo de 2,1%, diz o IBGE.
Os setores de construção civil e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana registraram leve queda de 0,1%. A indústria de transformação, por sua vez, registrou aumento de 0,3%.
Com relação ao mesmo período do ano passado, a indústria contraiu 1,4%. A indústria extrativa, nessa comparação, declinou 6,6%, afetada pela queda na extração de petróleo. A construção civil também apresentou queda, de 1,3%.
A indústria de transformação caiu 0,7%. O resultado foi influenciado pelo declínio da produção de máquinas para escritório e equipamentos de informática, metalurgia, químicos inorgânicos, produtos farmacêuticos, têxtil e artigos do vestuário, diz o IBGE.
Serviços sobem
Os serviços cresceram 0,5% sobre o trimestre imediatamente anterior. O destaque foi o crescimento das atividades de administração, saúde e educação pública, com alta de 0,8%, atividades imobiliárias e aluguel (crescimento de 0,7%), comércio (de 0,6%) e serviços de informação (de 0,3%).
Sobre o mesmo trimestre do ano anterior, os serviços cresceram 1,9%. De acordo com o IBGE, todas as atividades registraram variações positivas no período. O destaque foi o crescimento de 2,6% em outros serviços, que engloba serviços prestados às empresas, às famílias, saúde mercantil, educação mercantil, serviços de alojamento e alimentação, serviços associativos, serviços domésticos e serviços de manutenção e reparação.
Os serviços de informação cresceram 2,5%. O setor de administração, saúde e educação pública subiu 2,2%. Serviços imobiliários e aluguel subiram 1,9% e intermediação financeira e seguros, 1,5%. O comércio (atacadista e varejista) e transporte, armazenagem e correio (que engloba transporte de carga e passageiros) registraram expansão de 1,2% e 0,3%, respectivamente.
A despesa de consumo da administração pública, por sua vez, ficou estável sobre o quarto trimestre e cresceu 1,6% na comparação com o mesmo período de 2012.
Comércio exterior
Com relação ao setor externo, as importações cresceram 6,3% e as exportações caíram 6,4% sobre o último trimestre do ano passado.
Sobre o mesmo período de 2012, as importações – que contam negativamente para o PIB – cresceram 7,4%, mas as exportações diminuíram 5,7%.