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Com 87,5%, DF tem maior percentual de pessoas endividadas do país

Do G1 DF

Média nacional foi de 60,2% em janeiro deste ano, segundo estudo da CNC.
Inadimplência caiu de 12,9% em dezembro, para 8,9%, em janeiro, no DF.

O número de famílias endividadas no Distrito Federal é a maior do país. Dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que 85,7% das famílias no DF possuem alguma pendência com pagamentos. O número é 25,5 pontos percentuais a mais do que a média nacional, que é de 60,2%. Os dados são relativos a janeiro de 2013.

De acordo com a Fecomércio, um consumidor é considerado endividado quando faz compras a prazo, sejam com cartão de crédito, cheque pré-datado, carnê ou boleto de loja, empréstimo pessoal e prestação de seguro ou veículos. No DF, 634.863 famílias encontram-se nessa situação.

O número é semelhante ao registrado em dezembro, quando 634.860 famílias (os mesmos 87,5%) tinham algum tipo de pagamento pendente. Na ocasião, a média nacional também oscilou pouco (60,7% das famílias).

Em janeiro de 2012, a diferença entre o número de endividados no DF e a média nacional era menor. Na capital, eram 58,7%, contra 62,3% no restante do país. Segundo o presidente da Fercomércio-DF, Adelmir Santana, a economia aquecida, aliada a medidas como a redução do IPI e o perfil do consumidor contribuem para o aumento no índice de endividamento no DF.

“Brasília tem o maior índice de endividamento do país pelo número de funcionários do setor público, que têm o crédito facilitado no mercado. Mas isso não é ruim. O nível de endividamento pode chegar a 100% que não tem problema. Isso é bom para o mercado e para a economia. O nível de inadimplência é que deve ser baixo, e tem havido uma redução nesse índice”, afirma.

Inadimplência cai
O número de famílias do DF com contas em atraso por mais de três meses, o que caracteriza a inadimplência, é de 8,9% do total. Ao todo, no mês de janeiro foram 66.172 núcleos familiares nessa condição. Em dezembro, eram 95.552 famílias (12,9%).

“A queda no número de inadimplentes é algo bom porque significa que essas pessoas vão poder utilizar o crédito novamente. É mais gente capaz de usar o crédito. Isso é importante para aquecer a economia”, diz Santana.

Ele afirma que a queda no número de pessoas em atraso nos pagamentos ocorreu na capital porque os moradores do DF usaram o décimo terceiro para quitar dívidas.

A média nacional de inadimplência é maior no resto do país do que no DF. Em janeiro deste ano, o índice chegou a 21,2% das famílias. Em dezembro último, este número chegou a 21,7%.
De acordo com a pesquisa, em janeiro o número de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas é de 1,1% no DF, contra 6,6% na média nacional. Em dezembro, o DF registrava 1,1%, enquanto a média nacional foi de 7%.

Pagamentos a prazo
A principal forma de pagamento a prazo no país é o cartão de crédito. Dívidas pagas no cartão representam 74% do total. No DF, este número chega a 89,2%. A segunda forma de pagamento a prazo mais comum é o carnê. O número na capital também é maior do que no restante do país. São 26,1% em Brasília, contra 19,7% no restante do Brasil.

O financiamento de carros vem em terceiro lugar. No DF, 43,8% das famílias estão pagando pela aquisição de veículos. A média nacional é de 11,9% das famílias.

Poder aquisitivo
Famílias com renda mensal acima de 10 salário mínimos se endividam mais no DF do que os que têm orçamento menor. São 97,6%, contra 80,3%.

Ao contrário do que acontece na capital, quem tem maiores salários se endivida menos no restante do Brasil. Entre as famílias que recebem menos de 10 salários mínimos, 61,5% têm alguma pendência de pagamento. O número entre os que ganham mais de 10 salários é de 54,2%.

“No Distrito Federal, a quantidade de funcionários do setor público faz com que haja mais financiamento de bens duráveis, como carros e imóveis. Quem tem mais rentabilidade tem mais segurança para se comprar e usa mais os instrumentos creditícios”, afirma o presidente da Fecomércio-DF.

Fonte: g1.globo.com

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