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Quatro pessoas morrem em dia de protestos no Egito

Do G1, em São Paulo

Manifestações por várias cidades lembravam os dois anos da revolução.
Ao menos 186 civis e 45 policiais foram feridos.

Quatro pessoas foram mortas a tiros na cidade egípcia de Suez nesta sexta-feira (25). Os médicos disseram à Reuters que outra pessoa estava em estado crítico. Ao menos 186 civis e 45 agentes de segurança foram feridos em confrontos entre manifestantes e policiais em todo o país, disseram autoridades. As mortes são resultado da violência no dia do segundo aniversário da revolta contra Hosni Mubarak.

A sede local do partido da Irmandade Muçulmana na cidade de Isma’liya, no canal de Suez, foi incendiada por manifestantes hostis ao presidente islâmico egípcio Mohamed Morsi, informou a agência de notícias France Presse.

Uma fumaça negra saiu das janelas do prédio do Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ). Manifestações contra o poder acompanhadas de confrontos ocorrem no Cairo e em outras cidade do Egito por ocasião do segundo aniversário do início da revolta que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak do poder.

A Irmandade Muçulmana também indicou que manifestantes tentaram invadir uma de suas sedes no Cairo, no bairro de Tawfikiya, próxima ao centro da cidade.

Uma correspondente da France Presse no local viu manifestantes lançando pedras contra o prédio e sendo afastados pelos residentes do local. Sons de tiros também puderam ser ouvidos, sem ser possível determinar a origem e a natureza exata.

Dois anos
A polícia egípcia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes no Cairo, Alexandria (norte) e Suez (noroeste), segundo testemunhas, enquanto protestos foram realizados em todo o Egito por ocasião do segundo aniversário da revolta contra Hosni Mubarak.

Além da ação da polícia contra manifestantes situados perto do palácio da presidência na capital, confrontos foram registrados em Alexandria, segunda maior cidade do Egito, entre a polícia e manifestantes que queimaram pneus.

“Tem muita fumaça por causa dos pneus queimados. E há pessoas deitadas no chão sem conseguir respirar devido ao gás lacrimogêneo”, relatou à France Presse um habitante de Alexandria.

No Cairo, manifestantes hostis ao regime se reuniram em frente ao prédio da televisão estatal, que também abriga o ministério da Informação, antes de se concentrarem na Praça Tahrir, no centro da capital. Os acessos ao prédio precisaram ser protegidos por policiais e militares, e o tráfego nos arredores foi bloqueado.

Na Praça Tahrir, milhares de manifestantes protestam contra o presidente islâmico Mohamed Morsi e exigiram uma ‘nova revolução’.

Confrontos esporádicos foram registrados entre a polícia e manifestantes nas ruas adjacentes da emblemática praça, epicentro dos protestos de janeiro-fevereiro de 2011 que derrubaram Mubarak.

“Será um longo dia porque os egípcios não aguentam mais”, considerou um manifestante, Mohammed Abdullah. Na Praça Tahrir, os manifestantes gritavam “Abaixo o poder do Guia” da Irmandade Muçulmana.

A oposição, formada por movimentos de esquerda e liberais, convocou protestos em todo o país contra o presidente Morsi e a Irmandade Muçulmana, recuperando as mesmas palavras de ordem utilizadas dois anos atrás: ‘Pão, liberdade, justiça social’.

“Tomem as praças para cobrar as reivindicações da revolução”, pediu no Twitter Mohamed ElBaradei, uma das principais figuras da oposição laica.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu aos egípcios para que mantenham ‘os princípios universais do diálogo pacífico e da não-violência’.

A Irmandade Muçulmana não se manifestou oficialmente. Para marcar o aniversário, lançaram uma iniciativa chamada de “Juntos construiremos o Egito”, reunindo uma série de ações sociais e de caridade.

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Manifestantes mascarados bloqueiam os trilhos de bonde em Alexandria, no Egito. Manifestantes se reuniram para comemorar o segundo aniversário da revolução na cidade em 25 de janeiro. (Foto: Asmaa Waguih/Reuters)

Fonte: g1.globo.com

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