Dilma determina que ministro da Saúde permaneça em Santa Maria
Fabiano Costa
Do G1, em Brasília
Presidente orientou Alexandre Padilha a ajudar na coordenação.
Dilma está preocupada com feridos que possam desenvolver pneumonia.
A presidente Dilma Rousseff determinou nesta segunda-feira (28) que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, permaneça mais tempo no Rio Grande do Sul para coordenar as ações do governo federal no atendimento às vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
O ministro da Saúde viajou neste domingo (27) para o interior gaúcho para auxiliar nas medidas de socorro aos jovens que se encontravam na casa noturna durante o incêndio que matou ao menos 231 pessoas. Padilha, no entanto, pretendia retornar a Brasília nesta segunda, após visitar sobreviventes da tragédia que foram transferidos para hospitais de Porto Alegre.
Na manhã desta segunda, Dilma ligou para o ministro e determinou que ele retornasse a Santa Maria depois das visitas nas instituições de saúde da capital. Segundo assessores do Palácio a presidente está preocupada com a possibilidade de alguns sobreviventes que ficaram expostos à fumaça desenvolverem a pneumonia química (quando há inalação de fumaça tóxica).
Segundo nota oficial divulgada pelo governo federal, o Ministério da Saúde deslocou para Santa Maria membros da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e intensificou ações das unidades do SAMU equipadas com respiradores. Ainda de acordo com o comunicado, a pasta mobilizou hospitais das redes pública e privada da região, oferecendo 64 leitos de UTI e 36 de semi-UTI, em Porto Alegre.
Padilha, de acordo com a nota, colocou à disposição dois centros de queimados de referência na capital gaúcha: a Unidade de Emergência do Grupo Hospital Conceição e leitos de UTI nas cidades de Canoas e Caxias do Sul.
Retorno antecipado
Ao ser informada por auxiliares, na manhã deste domingo, sobre a extensão da tragédia no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff mandou cancelar todos os seus compromissos na cúpula de países latino-americanos e europeus que estava sendo realizada no Chile e determinou que preparassem com urgência seu retorno ao Brasil.
Antes de embarcar em direção a Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, a presidente entrou em contato com integrantes do primeiro escalão para determinar que todos os ministros ficassem de prontidão para auxiliar no atendimentos às vítimas do incêndio e seus familiares.
De acordo com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, Dilma também ordenou, direto do Chile, que uma equipe de técnicos e peritos federais viajasse ainda no domingo de Brasília para o Rio Grande do Sul para auxiliar nos trabalhos de identificação dos mortos.
Por volta das 14h de domingo, Dilma compareceu ao Hospital de Caridade de Santa Mariax, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com familiares que aguardavam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.
Fonte: g1.globo.com