Fora do governo de SP, Cintra deixa presidência do PRB
Preterido pelo seu partido na costura da aliança com o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-secretário Marcos Cintra decidiu deixar a presidência estadual do PRB quatro meses depois de tomar posse. O nome de Cintra foi aventado nas negociações com o Palácio dos Bandeirantes para ocupar um cargo na administração estadual em troca do apoio da legenda à reeleição de Alckmin em 2014. Mas o indicado pelo PRB acabou sendo o empresário Rogério Hamam, que irá chefiar agora a Secretaria de Desenvolvimento Social.
Segundo Cintra, a única exigência feita por Alckmin era de que o nome apresentado pelo PRB fosse desvinculado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), denominação religiosa ligada à sigla. Cintra não tem ligações com a igreja e esperava sua indicação. Ele foi secretário de Trabalho na gestão de Gilberto Kassab.
Como justificativa à renúncia, Cintra disse que a estrutura do PRB é “muito fechada”
“Foi um mal entendido muito grande com a presidência nacional em cima da questão da indicação do nosso nome (para assumir a secretaria do governo Alckmin). Foram algumas disputas internas”, disse Cintra ao Grupo Estado. “E achamos melhor eu sair da presidência. Porque é uma estrutura muito fechada, muito rígida. Mas não houve nenhuma briga”, afirmou Cintra, que não descarta sair do partido.
Segundo ele, Hamam era indicação da cota do presidente nacional do PRB, Marcos Pereira. O empresário foi coordenador de Turismo e Lazer durante a campanha de Celso Russomanno (PRB) à Prefeitura de São Paulo no ano passado.
Contemplar o PRB no governo estadual fez parte de um acordo entre Alckmin e Pereira. Em troca do comando da pasta, o tucano tirou uma pedra do caminho para tentar a reeleição: a então potencial candidatura Russomanno ao governo em 2014. Em 2012, Russomanno permaneceu na dianteira da disputa durante praticamente todo o primeiro turno, mas terminou em terceiro após uma série de ataques dos seus adversários. Ele terminou a disputa municipal com 1.324.021 de votos válidos.
Fonte: Agencia Estado