Farra Aérea

O procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Martins Vieira, instaurou ontem procedimento para apurar o uso dos helicópteros do Estado por parte do governador Sérgio Cabral (PMDB).
De acordo com a revista “Veja”, as aeronaves foram usadas por seus empregados pessoais em viagem à sua casa de veraneio.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), discursa no Complexo Esportivo da Rocinha, zona sul do Rio
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), discursa no Complexo Esportivo da Rocinha, zona sul do Rio (Foto: Folha)

A Subsecretaria Militar, responsável pela frota de helicópteros que atende autoridades estaduais, gasta anualmente R$ 9,5 milhões para suas operações aéreas, de acordo com dados da Secretaria de Fazenda.

Segundo reportagem da revista, publicada no fim de semana, helicóptero do Estado foi usado para transportar filhos do governador, suas babás e o cachorro da família, Juquinha, para Mangaratiba, onde o governador costuma passar o fim de semana.

Cabral também usa diariamente a aeronave para fazer o trajeto entre a Lagoa, onde fica o hangar da Subsecretaria Militar, e o Palácio Guanabara, sede do governo. A distância entre os dois pontos é de menos de dez quilômetros.

Além da investigação aberta pelo Ministério Público, deputados de oposição querem instaurar uma CPI. Pediram também apuração de crime de responsabilidade, que pode gerar o impeachment do governador.

O governador negou uso irregular da frota. Questionada, a assessoria do governo não explicou as fotos da revista que mostram os filhos e a babá embarcando.

Dados da Fazenda estadual apontam crescimento nos gastos das operações aéreas da Subsecretaria Militar: enquanto em 2010 foram gastos R$ 6,8 milhões, em 2012 alcançou-se R$ 9,5 milhões.

A aeronave mais cara adquirida pelo Estado foi a Agusta AW109 Grand New, por R$ 15,2 milhões, utilizada pelo governador na maioria de seus deslocamentos. O Estado tem sete helicópteros, sendo três deles adquiridos no governo Cabral.

OUTRO LADO

Cabral negou que tenha usado de forma irregular as aeronaves do Estado. Ele classificou como “perseguição” as informações divulgadas.

“A mobilidade do governador, pegar um helicóptero e ir para a sua casa que é fora do Rio… Não sou o primeiro a fazer isso no Brasil, e fazemos de acordo com o cargo que ocupo. Não estou fazendo nenhuma estripulia, nenhuma novidade. Fico muito chateado de ver [a revista “Veja”] colocando meu filho de seis anos como se estivesse fazendo uma irregularidade”, afirmou. (Com informações da Agência Folha)

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