Ex-governador do Amapá é ouvido por estelionato e invasão de terras
Aconteceu nesta terça-feira (27), na 1ª Vara da Justiça Federal do Amapá, a audiência de instrução do ex-governador do Amapá, Pedro Paulo Dias de Carvalho; e ex-primeira dama, Denise Carvalho. Eles são suspeitos de falsificar documentos para comprar e vender um terreno no distrito de Coração, em Macapá. Eles foram denunciados, em 2012, pelo Ministério Público Federal no Amapá (MPF) sob supeita de uso de documento falso, invasão de terras públicas e estelionato.
“Estávamos dentro da legalidade e acredito que houve um exagero de informações equivocadas”, declarou Pedro Paulo, que exerceu o mandato de governador do Amapá entre 3 de maio e 31 de dezembro de 2010 após Waldez Góes deixar o governo para se candidatar ao Senado Federal.
A ex-primeira dama também compareceu à audiência, mas não quis se pronunciar sobre o assunto com a imprensa.
O Governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP) (Foto: Jane Araújo – Agência Senado)
Ex-governador do Amapá, Pedro Paulo Dias
(Foto: Jane Araújo – Agência Senado)
Segundo a denúncia do MPF, com conveniência de Pedro Paulo, a ex-primeira dama Denise de Carvalho passou-se por agricultora para adquirir terras públicas administradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em 1995, quando já exercia a profissão de médica e funcionária pública. A área teria sido comprada por R$ 4 mil, dividido em quatro parcelas, e revendida a um empresário por R$ 900 mil, caracterizando o crime de estelionato.
As investigações ainda identificaram que Denise de Carvalho havia se declarado como solteira mesmo com o registro de casamento com Pedro Paulo, datado em 1989, no cartório Val-de-Cans, em Belém, no Pará, seis anos antes da compra das terras.
O MPF ingressou com ações na esfera cível e criminal pedindo a anulação dos títulos das terras para devolver a área à União. O ex-governador confirmou que era casado quando comprou o terreno: “Não éramos funcionários públicos. Nada disso. Mas casados e a certidão está no processo”.
“Quanto aos valores, eu não vou mencionar porque é algo muito pessoal. Mas o fato de ser médico ou agricultor rural, não tenho diferença porque nasci e fui criado na fazenda do meu pai, que me sustentou por toda a vida. Sou um agricultor nato”, relatou o ex-governador, que chegou a afirmar que plantava “laranja e maracujá”.