PSOL deve punir deputada
O PSOL deve se antecipar à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e punir a ex-presidente do partido no estado, deputada Janira Rocha, para tentar reduzir os danos à imagem da legenda. Até mesmo a hipótese de expulsão, se ela não renunciar, foi debatida numa reunião na segunda-feira com membros de várias correntes do partido com Janira. Mas ainda não há um consenso de qual a melhor maneira de lidar com a situação. Em vários momentos do encontro com os colegas, a deputada chorou.
Em conversa gravada por ex-assessores — e que veio a público há dez dias —, ela admitiu o uso eleitoral de recursos que teriam sido desviados, em 2010, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Previdência e Assistência Social (Sindsprevi), além da prática de cotização durante o mandato (alguns assessores repassavam parte dos seus salários para financiar atividades políticas da deputada). O material já foi encaminhado ao Conselho Nacional de Ética do PSOL.
Segundo relato de participantes da reunião, a deputada argumentou que ainda não teve acesso a todo o material para se defender na Alerj e na Comissão de Ética do PSOL. Na sessão de ontem, Janira discursou uma única vez, mas não para abordar o caso, e sim para dizer que temia o aumento de conflitos entre a polícia e populares por causa da aprovação, na Casa, do projeto que proíbe máscaras em protestos.
— A Corregedoria da Alerj me entregou parte do material hoje (ontem). Algumas coisas não me parecem autênticas. Mas ainda não tive acesso às gravações, por exemplo. Assim que terminar de analisar tudo, darei entrevista — disse Janira, que não comentou a reunião do partido
Cristiano Valladão e Marcos Paulo Alves, os ex-assessores de Janira Rocha que tentaram vender um dossiê contra ela à secretária estadual de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos, por R$ 1,5 milhão, prestarão depoimento hoje ao corregedor da Alerj, Comte Bittencourt (PPS). Até a semana passada, Valladão presidia o diretório regional do partido em Araruama.
O corregedor da Alerj, Comte Bitencourt (PPS), solicitou na segunda-feira os autos da ação proposta pelo Ministério Público na qual a deputada Inês Pandeló (PT) foi condenada, no ano passado, em primeira instância, pela prática de cotização. Ele disse que vai estudar se cabe um procedimento na corregedoria, já que o MP tomou a iniciativa.
Nesta terça, Inês disse que está recorrendo da decisão, ainda em primeira instância. Ela argumenta que teve seu direito de defesa cerceado, já que várias testemunhas deixaram de ser ouvidas e que a cotização era uma prática eventual para desenvolver atividades políticas.
A ação foi ajuizada em 2010, mas, até este ano, a Alerj não iniciara qualquer investigação, como informou ontem Berenice Seara em sua coluna no jornal “Extra”. Comte Bittencourt disse desconhecer o motivo, porque não era o corregedor quando o processo começou há três anos.
O líder do PSOL na Câmara, Marcelo Freixo, disse que não quer fazer comparações entre os casos de Inês Pandeló e Janira Rocha, mas observou:
— O PSOL não pode justificar atitudes de seus membros comparando com o que ocorre em outros partidos. Mas defendo que a corregedoria trate os casos da mesma maneira. (Com informações do Portal G 1)