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Quatro dias depois, republicanos acusam Obama de se negar a negociar

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, John Boehner, acusou nesta sexta-feira Barack Obama de não querer negociar com o Congresso para dar fim à paralisação da administração federal, que começou há quatro dias.

A destinação dos gastos do governo deveria ter entrado em vigor à 0h de terça (1h em Brasília), mas, sem a aprovação da Câmara, parte do governo americano ficou paralisado. Os republicanos se recusam a aprovar o Orçamento porque ele inclui a lei de reforma da saúde aprovada por Obama, conhecida como Obamacare.

Em entrevista coletiva com outros dirigentes do Partido Republicano, Boehmer disse que sua agremiação não votará o Orçamento sem estabelecer condições e criticou o presidente por prolongar a paralisação do governo pela insistência na lei de reforma da saúde.

Jonathan Ernst/Reuters
Em discurso, John Boehner acusa Obama e democratas de não querer abrir mão de reforma da saúde para destravar governo
Em discurso, John Boehner acusa Obama e democratas de não querer abrir mão de reforma da saúde para destravar governo

“Nossa meta não era fechar o governo. Era trazer justiça ao povo americano sobre o Obamacare, que não é bom para o nosso país. Em uma negociação, ninguém sai com 100% do que queria.”

Ele disse que concorda com a elevação do teto da dívida americana, que deve ser aprovado pelo Congresso até o dia 17, mas pediu que Obama impulsione mais cortes de gastos para evitar uma nova elevação do limite de endividamento.

“Não acredito que devemos decretar a moratória da nossa dívida, mas, se vamos aumentar a quantia que pedimos emprestado, nós precisamos fazer algo sobre nosso problema com os gastos e a falta de crescimento econômico”.

OBAMA

A acusação dos republicanos contra Obama acontece um dia após o presidente ter culpado os republicanos pelo impasse. Em discurso, o mandatário acusou Boehner de querer travar o Orçamento para agradar a ala conservadora do Partido Republicano.

O presidente ainda atribuiu a paralisação à oposição republicana por derrubar o Obamacare, atitude que ele chamou de “obsessão”. Segundo Obama, seus rivais não conseguiram parar a reforma da saúde, cujo site recebeu mais de 6 milhões de visitas em seus dois primeiros dias de inscrição.

“O governo agora está paralisado, mas a reforma da saúde continua. Então eles não estão cumprindo nem sequer o que eles queriam cumprir”, afirmou Obama, irritado. “Façam a votação, parem com essa farsa e terminem com essa paralisação agora mesmo”.

Ele voltou a dizer que não negociará qualquer exigência republicana caso eles tentem bloquear o aumento do teto da dívida. “A população americana não é um peão de um jogo político. Você não obtém concessões em troca de manter o governo funcionando. Você recebe concessões quando faz seu trabalho mais básico”.

Nesta sexta, a Casa Branca confirmou que o presidente vetará as dez medidas apresentadas por republicanos para destravar a destinação de recursos para alguns setores paralisados. Em nota, o gabinete de Obama considerou que esta não é a forma séria ou responsável de gerir o governo americano.

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