Tiroteios deixam ferido em Paris
Um homem abriu fogo nesta segunda-feira (18) em frente à sede do banco Société Générale no bairro financeiro de La Défense, no oeste de Paris, capital da França, segundo uma porta-voz citada pela agência Reuters.
Não houve feridos, e a polícia está no local.
Mais cedo, um fotógrafo ficou ferido em ataque à sede do jornal “Libération”.
A polícia suspeita que o ataque tenha sido feito pelo mesmo atirador.
Uma fonte da polícia disse que as descrições dos atiradores são parecidas e que os cartuchos encontrados após ambos os ataques correspondem.
O editor-executivo do “Libération”, Fabrice Rousselot, disse que testemunhas descreveram o atirador como um homem de cabelo curto e em torno dos 40 anos.
Ainda não se sabiam quais eram os motivos do ataques.
Ele também é suspeito de ser o responsável pelo ataque na sexta-feira passada contra a sede do canal de notícias BFMTV, em Paris. Ele teria ameaçado os jornalistas, antes de fugir.
Segundo fontes ligadas à investigação, imagens do suspeito gravadas no jornal “Libération” correspondem às imagens do agressor da BFMTV.
Suspeito à solta
Pouco depois dos ataques desta sexta, um homem armado sequestrou um carro no arredores e obrigou o motorista a levá-lo à avenida Champs-Élysées, no centro de Paris, contou o motorista à polícia. Não ficou claro se esse último incidente teria relação com os dois tiroteios.
Um helicóptero sobrevoava a famosa avenida Champs-Elysées, após a polícia receber denúncias de que o homem teria sido visto em ruas próximas e no metrô.
“O indivíduo representa um perigo real”, disse o ministro do Interior, Manuel Valls, em frente à sede do jornal, ressaltando que “vamos fazer de tudo para capturar essa pessoa”.
O ataque despertou grande comoção, e o presidente François Hollande pediu pela ‘mobilização de todos os meios para parar o ou os autores’.
Durante entrevista, Valls falou de um “cenário de guerra” e de um ataque “de extrema violência”, que “nada tem a ver com a democracia”.
Um perímetro de segurança foi estabelecido em torno da sede do Libération, cujo acesso foi bloqueado.
Nesta segunda-feira, os jornais “Le Parisien”, “Le Monde”, “Les Echos”, “Le Figaro” e “Europe 1” informaram à AFP que reforçaram suas medidas de segurança e de acesso às suas instalações.
“Somos as testemunhas horrorizadas de um drama. Quando alguém entra com um fuzil em um jornal é algo muito grave em uma democracia, independente do estado mental da pessoa”, declarou à AFP o diretor de publicação do “Liération”, Nicolas Demorand.
A agressão contra o Libération provocou fortes reações da classe política francesa. O primeiro secretário do Partido Socialista, Harlem Désir, prestou sua “total solidariedade”, enquanto Jean-François Cope, presidente do partido de oposição de direita (UMP), disse que estava ‘indignado’ e ‘chocado’ com o ataque.