Papa repreende confessores duros com fiéis
O padre confessor que ‘maltrata’ aqueles que pedem o sacramento do perdão deve abster-se de confessar, advertiu nesta quarta-feira o Papa Francisco, que também fez um apelo em defesa da família rural.
Diante de mais de 35.000 pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a audiência semanal do Santo Pontífice, Francisco pediu orações para as 18 pessoas mortas nas inundações na ilha italiana da Sardenha.
O Papa, aparentemente recuperado da gripe que o obrigou a cancelar alguns compromissos na sexta-feira passada, expressou seu apoio à família rural, uma “experiência de solidariedade” que pode “bloquear alguns conflitos sociais”, declarou.
A ONU irá inaugurar em 22 de novembro o Ano Internacional da Família Rural, um elemento importante nos países do sul. Em um contexto de enorme êxodo rural entre os jovens, o Vaticano insiste fortemente na experiência de estruturação de comunidades rurais.
O Papa voltou ao tema da misericórdia, que é o centro de suas mensagens, e insistiu que a confissão não deve ser vivida de forma traumática.
“O serviço que o padre oferece da parte de Deus no sacramento da confissão é um serviço muito delicado, que exige um coração em paz, que não maltrate os fiéis, mas que se apresente como um amigo misericordioso e fiel”, explicou.
“Para o sacerdote que não está neste estado de espírito, é preferível que, até que se corrija, não administre este sacramento”, disse. “Os penitentes fiéis têm o direito de encontrar nos padres o perdão de Deus”, insistiu.
Os sacerdotes católicos devem conceder o perdão de Deus, mas este sacramento é cada vez menos praticado. A percepção geral de um sacerdote que julga severamente, não escuta e que infunde medo, ajudou a afastar muitos fiéis deste sacramento da Igreja.