Policiais passam fim de semana na Assembleia de Goiás
Agentes e escrivães da Polícia Civil, em greve há dois meses, vão passar o fim de semana na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em Goiânia. Eles ocupam o plenário da Casa desde o início da semana. O objetivo dos policiais é pressionar o governo para a apresentação de uma proposta de aumento salarial para a categoria.
Na sexta-feira (22), os grevistas enfrentaram muito calor dentro do plenário. Com o ar condicionado estragado, os grevistas preferiam ficar nos corredores da Assembleia. Segundo a diretoria da Casa, uma sobrecarga teria desligado o equipamento, que estava ligado desde a última segunda, quando começou a ocupação. O aparelho voltou a funcionar neste sábado.
Servidores do interior do estado e da capital ocuparam a Assembleia na última segunda-feira (18). Dois dias depois, a juíza substituta da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, Aline Vieira Tomás, determinou a reintegração de posse do plenário. A magistrada estabeleceu um prazo de quatro horas para o cumprimento da decisão, após a notificação.
Apesar da ordem judicial, os grevistas disseram que só deixam o local após receberem uma proposta do governo. Por várias vezes um oficial de Justiça esteve na Assembleia para notificar os grevistas, mas o representantes legais do movimento não foram encontrados no local para assinar a notificação.
Na quinta-feira (21), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determinou o retorno imediato dos policiais civis ao trabalho. Em caso de descumprimento da decisão, o desembargador Leobino Valente Chaves estipulou pena de multa diária de R$ 10 mil.
Mesmo com a determinação, o presidente da União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci), Ademar Luiz de Oliveira, disse que a greve, assim como a ocupação, serão mantidas. “O governo só tem a nos oferecer o bônus de produtividade, o que não nos contempla. O bônus é uma das nossas reivindicações, mas ele não significa uma melhora no piso”, afirmou Ademar.
A categoria iniciou a greve no dia 17 de setembro. No início, eles pediam um reajuste que proporcional a 60% do piso salarial do delegado, reestruturação da carreira e o bônus por produtividade, que também é pago atualmente aos delegados. Após reunião com o secretário de Segurança Pública Joaquim Mesquita, intermediada pelo Ministério Público Estadual, líderes do movimento enviaram uma contraproposta ao governo, aceitando negociar a porcentagem do reajuste.
Em um segundo encontro com os grevistas, Joaquim Mesquita informou que o governo só pode pagar o bônus de produtividade, 5% a 20%. No início de novembro, o governador Marconi Perillo(PSDB) determinou o corte de ponto dos grevistas. Segundo ele, todas as alternativas de acordo já haviam sido apresentadas. “Aquilo que é possível já foi sinalizado, o que não é possível não será feito”, justificou Perillo.