Segundo pesquisa, emprego continua concentrado no Plano Piloto
Levantamento inclui informações sobre população, renda e ocupação nas 31 regiões administrativas que formam as sete Unidades de Planejamento Territorial
O Distrito Federal ainda apresenta excessiva desigualdade em termos de ocupação, renda e população. É o que mostra o estudo produzido e divulgado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O levantamento, feito com base na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios do Distrito Federal – 2013 (PDAD/DF), busca subsidiar o planejamento de políticas públicas dos administradores regionais com informações básicas sobre as sete Unidades de Planejamento Territorial (UPTs).
No quesito emprego, a análise indica que a concentração de postos de trabalho no Plano Piloto caiu de 48% para 46,33% – o que aponta uma tendência de descentralização de vagas de trabalho. No entanto, a UPT Central, que inclui ainda Cruzeiro, Candangolândia e Sudoeste/Octogonal, continua responsável por 47,66% dos empregos no DF, ou 555.600 postos de trabalho, sendo 513.800 no Plano Piloto. Nas áreas centrais do Rio de Janeiro e de São Paulo, esse índice é de 16% e 18%, respectivamente.
Para o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, o desafio é buscar mais racionalidade nas ações das 31 regiões administrativas (RAs). “É necessário atrair investimentos para essas regiões, criar condições para que elas prosperem e, automaticamente, reduzir a concentração de emprego na região central de Brasília, em particular no Plano Piloto.” Na avaliação de Miragaya, o desenvolvimento econômico do DF passa, necessariamente, pela diversificação e descentralização das atividades produtivas.
Para que a mudança de eixo do crescimento econômico ocorra é preciso que as cidades do DF ofereçam condições adequadas a receber investimentos, uma vez que o levantamento da Codeplan mostra que existe potencial nas RAs. A UPT Oeste, que inclui Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Brazlândia, por exemplo, concentra mais de um terço dos moradores do DF – cerca de 1 milhão de pessoas – e registra a segunda menor renda per capita entre as UPTs. No entanto, a massa de rendimento da população ultrapassa R$ 11,5 bilhões, potencial de consumo superior ao de sete unidades da Federação. Gama, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo II englobam a UPT Sul, a de menor renda per capita.
Mesmo sendo a menos populosa, com apenas 96.200 mil habitantes, a UPT Central – Adjacente 1 apresenta a maior renda individual: R$ 4.743,34, número sustentado pela alta concentração de rendimento nas regiões administrativas do Lago Sul, do Lago Norte e do Park Way, uma vez que, no Varjão, esse valor é de apenas R$ 501,91.
Temporariamente, o Distrito Federal foi dividido em sete Unidades de Planejamento Territorial (UPTs): Central, Adjacente 1, Adjacente 2, Oeste, Norte, Leste e Sul, que englobam as 31 regiões administrativas (RAs) – cada uma delas tem um administrador interino, cargo que será ocupado até a definição dos titulares das RAs.
(fonte: Agência Brasília) edição de André Silva