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Pagamento da África do Sul ao futebol caribenho foi decidido por cúpula do Estado

A polêmica transferência de 10 milhões de dólares da África do Sul para o futebol caribenho antes da Copa do Mundo de 2010, que a justiça americana suspeita ter sido um suborno, foi aprovado pela cúpula do Estado, afirma a imprensa sul-africana.

A revista Mail&Guardian publica uma carta sobre o tema, com data de 2007 e assinada pelo presidente do comitê organizador da Copa na África do Sul, Danny Jordaan, na qual aborda com a Fifa a modalidade de pagamento.

O documento não demonstra uma fraude nem contradiz as afirmações do ministro dos Esportes, Fikile Mbalula, que alega que África do Sul não subornou ninguém para obter a sede do Mundial de 2010.

Mas o texto certifica que o dinheiro havia sido prometido e que as discussões sobre o tema envolveram o comitê de organização, a Fifa e os principais dirigentes políticos da época, entre eles o presidente Thabo Mbeki e a ministra das Relações Exteriores Nkosazana Dlamini-Zuma, atual presidente da Comissão da União Africana (UA).

Na acusação, a justiça americana suspeita que o dinheiro foi recebido pelo trinitino Jack Warner, então presidente da Concacaf (Confederação da América do Norte, Central e Caribe), em troca de três votos em 2004 para a escolha da sede do Mundial de 2010.

Em uma entrevista coletiva na quarta-feira, Mbalula afirmou que a quantia paga ao futebol caribenho estava destinada a associações locais e era parte do projeto sul-africano de transformar a Copa de 2010 em um motivo de orgulho para a África e todos os africanos, incluindo a diáspora.

Também se descreveu como “uma vítima colateral” de uma batalha geopolítica orquestrada pelos Estados Unidos, rejeitando qualquer responsabilidade do país se o dinheiro foi utilizado de forma fraudulenta. (AFP)

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