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Após nove anos, Distrito Federal deve ganhar novo hospital

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Desde o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), inaugurado em 2008, a capital federal teve seis governadores, duas eleições, mais de 10 secretários de Saúde e a população cresceu 16,4% — passou de 2,55 milhões de habitantes para 2,97 milhões, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse período, porém, nenhuma nova unidade de saúde foi incorporada à rede pública. No primeiro trimestre de 2017, o Executivo local inicia a licitação para a construção do Hospital do Câncer de Brasília sob o valor de R$ 166 milhões. Depois dele, um novo hospital só deve ser lançado daqui a uma década.

Atualmente, a rede pública conta com 16 hospitais — 11 regionais e cinco especializados. As movimentações para a construção do Hospital do Câncer remetem a um projeto lançado em 2013, que previa a inauguração de quatro unidades (leia Memória). Com o passar do tempo, acabou abandonado. A Subsecretaria de Planejamento em Saúde trabalha com o plano de construir dois hospitais sob o custo de R$ 722 milhões. Entretanto, elenca três empecilhos: recursos, aprovação de projetos arquitetônicos e formação de equipes.

A pasta admite que não tem como captar dinheiro para obras. “Os recursos de investimento são muito baixos. No contingenciamento de gastos, o primeiro item a ser cortado é o investimento. Sempre pedimos R$ 9 bilhões de orçamento e temos recebido cerca de R$ 6 bilhões. A gente se sustenta, mas não se expande”, explica a subsecretária de Planejamento em Saúde, Leila Gottems.

Outra dificuldade do governo é compor equipes de médicos, enfermeiros e técnicos. Cada nova estrutura necessitaria de 3 mil servidores. “A estimativa de pessoal para manter essa ampliação também nos coloca um grande empecilho”, argumenta Leila. Ela completa: “Não acredito que a gente consiga construir um hospital geral pelos próximos 10 anos. Uma alternativa pode ser parcerias público-privadas, como outros estados têm feito.”

Infraestrutura

Entre os projetos do governo, estão ainda a construção de dois hospitais, um no Gama e outro em Ceilândia. Inaugurado em 1967, o Hospital Regional do Gama (HRG) seria extinto para dar lugar a uma nova estrutura, com 660 leitos e 70 unidades de terapia intensiva (UTI). Os problemas na unidade hoje são tantos que há oito anos ela não é habilitada para oferecer novos tratamentos. A estrutura nem sequer atende parâmetros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A mudança custaria ao todo R$ 366 milhões. A nova unidade da cidade seria construída em um outro terreno, provavelmente o de uma área destinada a um parque.

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