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Após confessar que recebia mesada do PCC, vice de Direitos Humanos é afastado

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O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de São Paulo (Condepe) decidiu, em reunião nesta sexta-feira (25), afastar o vice-presidente do conselho, Luiz Carlos dos Santos, preso nesta semana em operação da Polícia Civil e do Ministério Público estadual.

Preso em sua casa, em Cotia, na manhã de terça-feira (22), Santos teria recebido R$ 130 mil da facção criminosa PCC para apresentar denúncias falsas junto a organismos de proteção aos direitos humanos, visando desestabilizar a segurança do estado de SP. O vice do Condepe também é acusado de receber e repassar dinheiro a integrantes do grupo criminoso.

Em nota, o conselho de Direitos Humanos paulista alegou que o afastamento de Santos visa “garantir a transparência e isenção nas investigações e processos em andamento, assim como zelar pela continuidade dos trabalhos do Conselho”. O órgão também anunciou que abrirá uma sindicância interna para analisar as condutas de Luiz Carlos Santos no conselho.

Mesada

Em depoimento à Polícia Civil em Presidente Venceslau, interior de São Paulo, Santos confirmou que teria aceitado receber R$ 2 mil mensais oferecidos pela advogada Vanila Gonçalves, que trabalha para o PCC. O pagamento, segundo o próprio depoimento do vice-presidente do Condepe, seria para que ele “ajudasse os amigos e clientes” da advogada.

Santos explicou que essa ajudaria consistiria em usar de sua influência como conselheiro do Condepe para convencer desembargadores a aceitarem recursos e apelos apresentados por Vanila. Santos teria recusado fazer esse tipo de trabalho, mas a advogada manteve o pagamento da mesada para que o vice do Condepe continuasse fazendo denúncias contra o sistema prisional paulista. O valor dessa mesada, posteriormente, passou a ser de R$ 5 mil por mês.

Além do vice-presidente do Condepe, outras 34 pessoas foram presas na Operação Ethos, deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público, com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os acusados, cuja maioria é composta por advogados, utilizava a profissão para repassar ordens de detidos dentro de presídios para criminosos do lado de fora.

Fonte: Último Segundo – iG

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