Estudo aponta que veículos são os maiores responsáveis pela poluição no DF
Congestionamento, falta de vagas, acidentes e mortes no trânsito são apenas alguns dos problemas gerados pela quantidade de veículos em circulação no Distrito Federal. Apesar do crescimento da frota ter desacelerado na última década, ela é responsável por uma questão que passa praticamente despercebida: a emissão de gases de efeito estufa. Um levantamento multidisciplinar do governo revela que o setor de transportes é o principal poluente do DF, seguido pelas fábricas de cimento e pelos processos de deposição de resíduos sólidos.
O material integra as metas do Plano Distrital de Agricultura e Baixo Carbono (ABC), estabelecido em 2012, e se coloca como uma ferramenta de tomada de decisão e formação de políticas públicas. Ele será lançado, oficialmente, na próxima terça-feira, 13 de dezembro, na Torre de TV. “Ele será apresentado no âmbito de uma reunião preparatória de um fórum de mudanças climáticas. O evento reunirá a sociedade civil, o setor produtivo, diferentes secretarias e órgãos de governo, além das universidades locais para que, nesse espaço, a gente comece a consertar e coordenar como será feito o enfrentamento disso e a implementação das leis”, explica Leila Menezes, chefe da unidade estratégica de Clima da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). A partir do encontro, também deve sair um plano para reduzir as taxas de poluição.
O setor de energia e transporte corresponde a 49,05% das emissões de gases de efeito estufa do DF. A maior fonte de poluição de Brasília é a queima de combustíveis da fonte veicular. Hoje, a unidade da Federação conta com 1,6 milhão de veículos, e 2015 fechou com crescimento de 3,8% da frota, de acordo com o Detran. “É o setor mais democrático. A responsabilidade de corte tem de mobilizar todos nós e envolve mudança cultural e não só de políticas públicas”, comenta Leila.
O segundo no ranking é o setor de processos industriais, que corresponde a 16,51% dos lançamentos e, segundo a chefe da unidade estratégica de Clima, para Brasília, é a fonte menos democrática, pois envolve duas cimenteiras. “São alguns dos principais ativos da cidade e têm importância na movimentação econômica. As empresas participam de debates sobre a eficiência na produção do cimento e sobre o clima e estão abertas para mudar o sistema e adequá-lo em um cenário de enfrentamento dos desafios”, comenta Leila.