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Comércio de produtos para nerds e geeks espera boas vendas no Natal

“Não entre em pânico.” A frase gravada em letras garrafais na capa do Guia do Mochileiro das Galáxias, espécie de tablet espacial que dá nome à obra-prima nerd do escritor inglês Douglas Adams, também se aplica ao Natal brasiliense deste ano. As lojas de produtos geeks e nerds (veja Para saber mais) da capital resistem à perda do poder de compra dos brasilienses, aumentam as vendas e prometem baixar os preços no Natal, para competir com shoppings, grandes livrarias e lojas de departamentos. Conta a favor a busca, cada vez mais intensa, por presentes como livros, graphic novels, camisetas e jogos de videogame. Em contrapartida, diante das dificuldades enfrentadas pelo varejo como um todo, empresários não pretendem investir em mercadorias quantia superior à do ano passado.
Sócio-gerente da Kingdom Comics, uma das lojas mais tradicionais do setor no Distrito Federal, Gabriel Gonçalves de Sousa espera um aumento de 30% nas vendas com o Natal. O estabelecimento, localizado no Conic, completou 20 anos em agosto. Para ele, sucessos como o do Episódio 7 de Star Wars, dos novos filmes de Star Trek e da série Stranger Things, da Netflix, por exemplo, ajudaram a alavancar o mercado. “A alta nas séries e os calendários extensos de filmes de herói contribuíram muito para o aquecimento do mercado. Embora vivamos uma crise e as pessoas estejam comprando menos, nosso setor está em expansão. O mais difícil é concorrer com grandes livrarias e lojas de departamentos. Reagimos com preços melhores e materiais exclusivos, que nós mesmos produzimos, como camisas, canecas e bottons.”
A loja pretende investir cerca de R$ 50 mil em produtos. “Mas as compras serão diferentes. No Natal de 2015, por exemplo, tínhamos um busto do Homem de Ferro no valor de R$ 3 mil. Neste ano, não investiremos em algo assim”, observa. A variação na idade dos compradores é outro fator que ajuda o setor a se manter aquecido. “Atendíamos, há 20 anos, garotos de 12 anos. Hoje, além deles, vêm os filhos dessas pessoas, com 5 anos, 6 anos. O público feminino também tem aumentado consideravelmente e há novos públicos até entre adultos, que vêm comprar um presente e passam a se interessar. Há seis anos, perdemos espaço na venda de quadrinhos, por exemplo, pois a molecada baixava na internet. Hoje eles estão querendo a versão impressa, mesmo que já tenham lido no computador. Isso também ajuda”, conclui Gabriel.
A proprietária da Midgard Cosplay, na 102 Sul, Iolanda Ferreira Guimarães, teve de se especializar no assunto para atender ao público nerd. Ela descobriu o ramo há cerca de 10 anos, com o filho que, à época com 16, era fã de desenhos japoneses, os populares animes. “Nesse período, tive que aprender sobre séries, animes, quadrinhos, jogos e muitas outras coisas”, sorri. O estabelecimento vende camisetas, fantasias, pelúcias e bonecos e atende, mensalmente, mais de 100 encomendas para todo o país. “Eu confeccionava roupas infantis e larguei tudo. Hoje, gosto muito do que faço. Meu filho se formou em direito e eu decidi continuar com a loja e, aos poucos, ela tem crescido”, comemora. A empresária está com boas expectativas para a venda de natal. “A previsão é que o movimento aumente 30%.”

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