Sarna esvazia unidade de internação de menores

As infecções de pele enfrentadas por detentos do Sistema Prisional do DF chegaram às unidades do sistema socioeducativo. Na Unidade Feminina de Atendimento em Semiliberdade do Guará, todas as sete menores infratoras foram diagnosticadas com escabiose, conhecida como “sarna”, na última sexta-feira. Nos presídios da capital, mais de 2,6 mil foram diagnosticados.
De acordo com a Subsecretaria do Sistema Socioeducativo, todas as infectadas foram atendidas, medicadas e estão com atestado médico de sete dias para tratamento em casa. No sábado, a unidade passou por desinfecção e nenhum servidor foi afetado. Conforme a Secretaria de Saúde, a doença é causada por ácaro e a infestação é facilmente transmitida de pessoa para pessoa, por meio do contato físico. Não há registro de infecções em outras unidades socioeducativas.
Apesar de receber adolescentes condenadas por atos análogos a crimes, a Secretaria da Criança esclarece que a unidade de semiliberdade para menores não tem relação com o sistema prisional. “Além de se tratar de sistema distinto, regido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, funciona em local diferente do sistema penitenciário. As adolescentes da Unidade de Semiliberdade Feminina do Guará passam o dia em diferentes atividades e retornam à noite”, explica a pasta. A casa estava vazia ontem.
Mais de 2,6 mil presos infectados
As primeiras notícias sobre as doenças no sistema prisional surgiram no Complexo Penitenciário da Papuda em julho, onde a infecção cresceu quase quatro vezes e já atinge mais de 2,6 mil detentos. Na última semana, uma interna do Presídio Feminino, no Gama, foi diagnosticada com impetigo, uma doença causada por bactéria. As doenças detectadas foram escabiose (sarna), tineas, pitiríase e furunculoses.
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) da Secretaria de Segurança afirma que as unidades médicas dos presídios “vêm trabalhando para estabilizar tais doenças”. Após o diagnóstico, foi prescrita medicação e os custodiados, orientados sobre questões de higiene. O tratamento é monitorado. A pasta garante que as celas vêm sendo higienizadas. “Naquelas que abrigam detentos com escabiose, a limpeza inclui o uso de creolina, seguindo as recomendações médicas”, detalha.
A situação é acompanhada pelo Ministério Público, que enviou recomendação à SSP para que ações de combate às doenças sejam cumpridas rigorosamente. Entre elas, banho de sol diário, estoque de medicamentos, lavagem diária da roupa de cama e higienização das algemas e mãos dos detentos. De acordo com a Sesipe, os seis presídios mantêm a rotina diária para os internos.
Desde a última terça-feira é permitido que parentes levem sabonetes de enxofre para os detentos. O artigo também passou a ser vendido nas cantinas.