Tiro que matou sargento dos bombeiros dentro de casa partiu de arma de PM
O tiro que matou o bombeiro Valter Leite Cruz, na tarde desta quinta-feira (10/11), partiu da arma de um policial militar. O crime ocorreu dentro da casa da vítima, na QNO 6, no Setor O, em Ceilândia.
Ao Metrópoles o delegado Antônio Dimitrov, chefe da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), confirmou a autoria do tiro fatal. “O fato deveria ter sido apresentado com o policial autor do disparo na central de flagrantes. Como o policial não foi apresentado, o fato será investigado pela 24ª DP”, informou.
O homicídio ocorreu após uma perseguição policial, que começou devido à agressão de um homem à esposa. O suspeito teria sido preso pela manhã, por crime configurado na Lei Maria da Penha, e à tarde teria retornado ao local na intenção de matar a vítima.
Com a chegada da PM, o agressor teria pulado um muro e iniciado a fuga, pelos telhados das casas do conjunto G da QNO 06. Após alguns minutos, o suspeito teria entrado na casa do bombeiro. A Polícia Militar chegou logo depois e um dos militares, ao tentar acertar o criminoso com um disparo, acertou em Valter.
O suspeito de violência doméstica foi preso e encaminhado à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II). O bombeiro foi socorrido em estado grave e levado, inconsciente, para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Após dar entrada na unidade de saúde, o militar não resistiu aos ferimentos e morreu.
O segundo sargento do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), morto com um tiro no pescoço, deixa a esposa e quatro filhos.
O Metrópoles procurou a Polícia Militar do DF (PMDF) para um posicionamento e aguardava retorno da instituição até a última atualização desta reportagem.
“Pessoa excelente”
Segundo vizinhos, o militar era uma pessoa muito querida pelos amigos. Morador da casa em frente à de Valter, o aposentado Sebastião de Paula, 60, conta que o bombeiro já teria trabalhado como professor no Centro de Educação Fundamental (CEF) 26. “Ele era uma pessoa excelente. Minha esposa é professora aposentada e já trabalhou com ele na escola”, conta.
Os amigos se conheciam havia cerca de cinco anos. Para Sebastião, ainda é difícil acreditar na tragédia que abateu a família do bombeiro. “Quando eu cheguei em casa e vi o movimento aqui na frente, liguei para ele para saber o que tinha acontecido. Só depois soube que ele era a vítima”, lamenta o vizinho.
Também moradora do conjunto G da QNO 06, Tereza de Souza, 68, diz que o portão da casa da vítima estava entreaberto no momento em que o suspeito entrou. “Escutei o tiro e entrei correndo na hora. Depois, já chegou a polícia e levou o cara”, narra.
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