“Não houve intenção”, diz defesa de motorista que jogou carro com 3 crianças em lagoa
Em nota, defesa do motorista embriagado, Raimundo Francisco da Silva, 52 anos, lamentou o ocorrido e destacou outros pontos sobre o caso
A defesa do motorista que, bêbado, jogou o carro com três crianças na Lagoa do Japonês, na DF-295, próximo à divisa de Goiás com São Sebastião, lamentou o ocorrido e, por meio de nota, ressaltou que “não houve intenção” de Raimundo Francisco da Silva, 52 anos, em gerar o acidente, nesse sábado (29/7).
Raimundo, conhecido como Purga, era amigo da família. Ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, neste domingo (30/7), no episódio considerado “uma tragédia” pela Justiça do DF e responde por homicídio doloso ─ teve a intenção de dirigir o carro. A ação do condutor resultou na morte dos irmãos Sarah Vitoria Barbosa, de 1 ano, Henrique Gabriel Barbosa Maciel, 3 anos, e Miguel Luís Barbosa Maciel, 4.
Além de destacar que “não houve intenção” de Raimundo, a defesa do motorista, composta pelos advogados Júnio Oliveira e Marcos Roque, também ressaltou outros pontos sobre o caso e salientou que presta solidariedade à família vítima do acidente fatal.
A defesa afirma que não existe, nos autos, qualquer evidência que Raimundo tenha acelerado o veículo em direção ao lago. E que motorista prestou socorro a uma das crianças, assim como narrado por familiares e testemunhas à polícia.
Ainda em nota, alega que, após o acidente, Raimundo teria ido até sua residência trocar de roupas para se apresentar à polícia e que não se opôs ao cumprimento do rito penal.
Além das três crianças, dentro do Gol estavam a mãe dos meninos, Silvania Antonia Barbosa, e a avó materna das vítimas, Maria Adva, 57. Apenas os adultos conseguiram sair do veículo e sobreviveram.
Segundo consta no documento policial, antes da tragédia, Raimundo, Silvania e Maria beberam uma caixa de cerveja durante uma confraternização. O motorista, além disso, ingeriu dois litros da bebida, de acordo com depoimento de Maria Adva.l
Os adultos conseguiram sair antes do carro afundar completamente, mas as crianças ficaram presas. Raimundo ainda conseguiu resgatar um dos meninos, mas não foi possível reanimá-lo.
“Não estou bêbado”
No momento do acidente, os três adultos deixavam o local com as três crianças, quando Raimundo tentava manobrar o carro em uma área estreita. A mãe das crianças teria pedido para que saísse do carro com os filhos, mas o motorista teria insistido em realizar a manobra arriscada com o veículo lotado.
“Não! Poxa! Eu sou é motorista moço. Sou é motorista, não estou bêbado não. Eu dou conta”, teria dito Purga enquanto manobrava o Gol.
Em determinado momento, Purga teria se confundido e acionado a primeira marcha, em vez de engatar a ré. O carro, então, caiu de frente no lago. No momento exato em que o carro foi jogado na água, a criança mais velha, Miguel, de 4 anos, teria gritado: “Para! Para! Para!”. O motorista, então, teria falado para todos saírem do carro, mas não deu tempo.
Mais tarde, quando foi preso, o exame de bafômetro em Raimundo deu 0,36 mg/L de teor alcoólico.
Silvania e Maria moram na região rural de Cristalina (GO), no Entorno do DF. A mãe foi na tarde deste domingo (30/7) realizar o reconhecimento das vítimas no Instituto Médico Legal (IML) do DF.
O velório e enterro estão marcados para segunda-feira (31/7) em Cristalina. Silvania tem cinco filhos, sendo que os três mortos no lago moravam com ela e a avó materna.
A mãe das crianças mortas ainda tem outros dois filhos, do sexo masculino, que moram com a avó paterna. O pai e o avô paterno das crianças estão presos no sistema prisional desde antes do acidente e devem ser liberados para o velório.
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