Villavicencio antes de morrer assassinado: “Que venham os atiradores”
Villavicencio era conhecido como Don Villa e tinha como slogan da campanha a frase “É hora dos corajosos”
Antes de ser assassinado com três tiros na cabeça na noite da última quarta-feira (9/8), o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio fez um discurso com declarações diretas de afronte ao grupo Los Choneros, que o ameaçava de morte.
Villavicencio, que era conhecido como Don Villa e tinha como slogan da campanha a frase “É hora dos corajosos”, havia sido aconselhado a usar colete a prova de balas, mas recusou e afirmou que o apoio do povo seria seu escudo, em discurso feito na cidade de Chones, horas antes do ataque.
“Eu não preciso. Vocês são um povo valente, e eu sou valente como vocês. Vocês são quem cuida de mim. Venham, aqui estou. Disseram que iriam me quebrar. Aqui está Don Villa. Que venham os chefões do narcotráfico, venham! Que venham os atiradores, que venham os milicianos! Acabou-se o tempo da ameaça. Aqui estou eu. Podem me dobrar, mas nunca vão me quebrar”, bradou.
Veja vídeo do momento dos tiros:
A Procuradoria Geral do Equador anunciou a prisão de seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte do candidato à presidência, Fernando Villavicencio, assassinado a tiros em Quito. Os suspeitos foram presos nos distritos Conocoto e San Bartolo, em Quito, no Equador.
O ataque foi reivindicado pelo grupo Los Lobos em vídeo divulgado nas redes sociais, mas as autoridades equatorianas não vinculam oficialmente a morte dele ao grupo. O Itamaraty lamentou o ataque ao candidato, e disse estar consternado.
O governo do Equador anunciou estado de exceção e luto oficial de três dias por sua morte, e disse que as eleições estão mantidas.
Sobre Fernando Villavicencio
Fernando Villavicencio foi assassinado a tiros em Quito, na noite de quarta-feira (9/8). O candidato fazia um comício político no Colégio Anderson, quando foi atingido pelos disparos.
Segundo pesquisa publicada pelo jornal El Universo, Fernando Villavicencio aparecia como 5º colocado na corrida pelo Palácio de Carondelet, sede do governo. O também jornalista investigativo era conhecido por apoiar as causas indígenas e trabalhistas.