Biden desiste da candidatura: veja quais são os possíveis substitutos do presidente na eleição
Presidente dos EUA anunciou seu apoio á vice Kamala Harris
Com a desistência do presidente Joe Biden da corrida presidencial neste domingo (21), a dúvida agora é quem o substituirá na candidatura democrata nas eleições de novembro.
A pressão que levou Joe Biden a desistir da corrida presidencial começou após o debate entre Joe Biden e o oponente Donald Trump em junho, que confirmou os temores dos democratas sobre o desempenho do presidente. Durante a disputa contra Trump, Biden foi hesitante e demonstrou confusão em alguns momentos –foi uma atuação catastrófica, segundo especialistas.
Biden venceu as prévias democratas sem concorrência no início do ano, porém com sua desistência os delegados conquistados por ele terão que ser designados ao novo candidato. É provável que os democratas decidam na chapa que vai concorrer contra Donald Trump e a questão dos delegados durante a Convenção Nacional Democrata de 2024 em Chicago, entre 19 e 22 de agosto.
O processo para a escolha de um novo candidato no lugar de Biden, no entanto, não é fácil. Uma troca dessas nunca aconteceu antes no partido democrata, envolve questões dos delegados conquistados na primárias e principalmente o presidente teria que desistir por conta própria da disputa — nesta sexta (28), ele reiterou que “eu pretendo vencer esta eleição”.
Veja quais são os nomes cotados para assumir o posto se Biden decidir deixar a disputa:
Kamala Harris
Atual vice-presidente de Joe Biden, Kamala Harris não se torna automaticamente a candidata democrata para 2024 se Biden decidir renunciar à presidência. No entanto, a escolha por Harris é a mais óbvia até o momento.
A democrata poderia ser favorecida por já estar no governo atual e na chapa democrata, o que pode ser visto como uma continuidade natural do mandato de Biden. Sua atuação durante o governo, no entanto, é alvo de críticas por pouco destaque de atuação, além de ter uma popularidade relativamente baixa entre o público americano.
Mesmo se Harris conseguir a nomeação do partido, ela ainda precisaria de um candidato próprio à vice-presidência, o que poderia gerar ainda uma luta entre as futuras estrelas do partido para compor a chapa dela.
Se eleita, Kamala Harris seria a primeira mulher a assumir a presidência dos EUA.
Kamala Harris participa de cerimônia que marca o 21º aniversário dos ataques de 11 de setembro.
Gavin Newsom
O governador da Califórnia, estado mais rico dos EUA, é um dos principais nomes cotados a substituir Biden na campanha democrata.
No ano passado, Newsom, de 56 anos, ganhou destaque após um debate televisionado com o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, que chegou a ser considerado uma prévia de um confronto presidencial do futuro à época. A demonstração de apoio do governador a democratas em eleições fora de seu estado também foi interpretada como uma campanha paralela na Casa Branca.
Newsom, no entanto, rejeitou as preocupações sobre a candidatura de Biden após o desempenho duramente criticado no debate contra o ex-presidente Trump e afirmou que “não vai trair o presidente dos EUA”.
Gretchen Whitmer
Atual governadora do estado do Michigan, Gretchen Whitmer, de 52 anos, já passou pela Câmara dos Representantes e pelo Senado de Michigan, antes de assumir a liderança do estado desde 2019.
O estado é considerado um “Swing State”, ou seja, tem possibilidade de pender para o lado republicano ou democrata na votação de novembro.
Whitmer também estava na lista de candidatos para ser vice-presidente de Biden na eleição em 2020 e conseguiu um bom desempenho na votação do Partido Democrata, o que é atribuído ao desempenho da governadora no Michigan.
J. B. Pritzker
Também governador, desta vez do estado de Illinois, J. B. Pritzker tem ganhado destaque durante o mandato, o que pode chamar a atenção dos democratas na escolha de um substituto.
O político de 59 anos pode usar como vantagem a regulamentação do direito ao aborto que realizou no estado. O estado já investiu mais de US$ 23 milhões na expansão do acesso ao procedimento e à saúde reprodutiva desde 2022. O estado teve um aumento expressivo no número de mulheres que viajaram para Illinois à procura do procedimento após a reversão histórica do caso “Roe vs. Wade” pela Suprema Corte americana em 2022, que retirou o direito nacional ao aborto nos EUA.
Pritzker já declarou que o estado é um “santuário” para as mulheres que procuram a interrupção da gravidez, além de ser incisivo em temas como controle de armas e na legalização da maconha para uso recreativo.
Dean Phillips
Dean Phillips, de 55 anos, é deputado pelo estado de Minnesota. Phillips foi candidato durante as primárias democratas no início do ano, mas não teve um bom desempenho na disputa. Na ocasião, Phillips afirmou que “Biden era um bom homem, mas não seria capaz de derrotar o ex-presidente Donald Trump numa disputa eleitoral geral”.
O democrata preferiu manter silêncio em meio a chuva de críticas dos democratas sobre o debate. Antes de entrar na política, Phillips teve uma carreira de sucesso nos negócios: foi presidente e CEO da empresa de bebidas de sua família, Phillips Distilling Company, e mais também já atuou como co-proprietário e CEO da Talenti Gelato, que foi vendida em 2014.
Sherrod Brown
O senador de Ohio, Sherrod Brown, tem destaque na defesa de pautas que envolvem os direitos e proteções trabalhistas, e já se posicionou em defesa da fertilização in vitro e do direito ao aborto.
Com 71 anos, Brown seria o homem mais velho dentre as escolhas dos democratas. Mesmo assim, ainda teria 7 anos a menos que o republicano Donald Trump.
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