A tradicional “Feira do Troca”será realizada no início de dezembro, no distrito de Olhos d’Água, veja vídeo

A feira, que acontece na singela Olhos d’Água desde 1974, chega à sua 99ª edição como programação cativa da região do Entorno

A Feira do Troca para a artista e moradora de Olhos D’Água, Eliana Carneiro, preserva e difunde as tradições artesanais e a cultura da região

A programação será estruturada no Centro Histórico, com atividades ao redor da Praça Santo Antônio e da Igreja Matriz. Organizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Alexânia, a Feira do Troca é uma celebração da história, cultura e da integração comunitária da região.

Criada em 1974 pela professora Laís Aderne, da Universidade de Brasília (UnB), o evento teve início como uma prática simples de troca de produtos entre artesãos locais e visitantes. Com o passar dos anos, tornou-se um marco cultural que fortalece o artesanato local e impulsiona o turismo de Alexânia e do Entorno.

Símbolo da cultura goiana

Para Eliana Carneiro, artista, produtora e fundadora do espaço cultural Casa Buriti, a Feira do Troca é um marco cultural que vai além do artesanato e das tradições locais. “Ela preserva e difunde as tradições artesanais e a cultura de toda a região. Mais do que isso, simboliza o que é a cultura goiana, especialmente do centro de Goiás, e do Brasil como um todo. Essa cultura representa e compõe cada povo, cada região, refletindo traços que definem identidades e modos de viver”, explica Eliana.

Ainda, de acordo com a artista, o evento proporciona oportunidades para a economia criativa, sustentabilidade, turismo e para a produção cultural. “É um espaço de celebração da cultura, de valorização das potências humanas e do que é local, em um evento repleto de encontros, trocas de saberes e experiências culturais”, conclui.

Comercialização do artesanato local

O ceramista Lourenço Silva, 57, confecciona peças em argila e expõe na feira desde criança, quando era aluno da escola Experimental. Para ele, o espaço é essencial para o sustento e continuidade do trabalho dos artesãos locais. “É uma época que a gente consegue vender um pouquinho mais e também pegar mais encomendas para trabalhar durante os outros seis meses”, divulga.

Além do impulso nas vendas, o evento é uma oportunidade para o aprendizado e a troca de experiências. “A gente vai sempre conhecendo coisas novas também. Pegando alguns conhecimentos novos, de gente jovem que está produzindo”, frisa o artesão. Para ele, a feira é fundamental para a preservação das tradições e para a formação de novos artesãos, dando continuidade à herança cultural da região. “É um evento que já temos há mais de 50 anos e é de suma importância formar novos artesãos para dar continuidade a essa tradição”, finaliza.

Lourenço Silva: “É um evento que já temos há mais de 50 anos e é de suma importância formar novos artesãos”

Para a artesã Walda Gomes da Silva, 55, a feira é um ótimo meio de incrementar a renda. “Como não temos muitos eventos de artesanato e eles costumam ser pequenos, a Feira do Troca é onde conseguimos vender melhor e garantir uma renda adicional”, avalia.

Walda Gomes da Silva: “Participar da feira impacta diretamente na expansão do meu trabalho”

A também artesã Maria Abadia, 58, reforça os benefícios econômicos e culturais. “Participar da feira impacta diretamente na expansão do meu trabalho e na possibilidade de alcançar novas pessoas. O evento representa não só uma fonte adicional de renda, mas também um espaço valioso para exibir o que faço, apresentar meu trabalho a um público mais amplo e ter minha arte, por meio da feira, reconhecida em diversos lugares. Essa visibilidade é fundamental para o crescimento do meu ofício e para a valorização da cultura local”, enfatiza a artista.

Troca de conhecimentos

Maria de Fátima Dultra Bastos, conhecida na cidade como Fatinha, é uma artista especializada em arte sacra. Para ela, o encontro representa muito mais do que uma simples oportunidade de venda: “A Feira do Troca trouxe reconhecimento e novos clientes para os artesãos de Olhos d’Água. Quando ela começou, havia apenas uma quantidade mínima de artesãos, como minha avó, minha mãe e dona Vilú. Com o tempo, as novas gerações aprenderam a fazer artesanato para ter boas roupas na troca, que era uma verdadeira festa. Isso foi muito importante para a nossa cidade”.

Para Fatinha, o trabalho dos artesãos de Olhos D’Água passou a ter visibilidade graças à Feira do Troca

Ela também ressalta o impacto econômico da feira na comunidade. “As pessoas trabalham seis meses esperando por esse evento. As donas de casa aguardam a feira para vender seu artesanato e trocar por itens como guarda-roupas ou geladeiras novas. O dinheiro que circula, beneficia não somente os artesãos, mas também as pousadas, restaurantes e bares, sendo fundamental para a economia local”.

Fatinha compartilha ainda sua longa trajetória na feira, onde marca presença desde a primeira edição. “Participo desde o começo e sempre estou presente ajudando. Graças a Deus, hoje tenho um trabalho bem reconhecido e sou muito grata à feira por isso. Tenho um trabalho que já chegou até o Papa Francisco”, orgulha-se.

Para ela, a feira não é apenas um evento, mas uma transformação cultural e econômica. “A Feira do Troca, não só para mim, mas para Olhos d’Água, para a arte e para a cultura, representa tudo. A cidade era esquecida, sem comércio, e o reconhecimento começou com a feira, fazendo com que o artesanato daqui ganhasse destaque. Hoje, Olhos d’Água é reconhecida como a capital do artesanato, graças à Feira do Troca”, finaliza.

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fonte:

Jornal Opção

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