Após remoção de invasão Porto Rico, famílias começam tudo de novo
Foram derrubadas 300 construções irregulares no Setor Habitacional Porto Rico, em Santa Maria. Apesar do número elevado de retiradas, a situação ainda parece longe de ser resolvida. Isso porque pouco depois da saída dos fiscais, os invasores começaram a cercar novamente partes do terreno. O operação foi coordenada pela Secretaria de Ordem Pública e Social do Distrito Federal (Seops) e pela Polícia Militar.
Durante a ação, alguns invasores ofereceram resistência e chegaram a queimar restos de madeira e pneus em protesto, mas nenhum deles foi preso. De acordo com o major Antonio Viegas, da Seops, os moradores foram apenas advertidos. “Se eles voltarem a erguer casas, barracos e cercar terrenos, no entanto, serão presos”, afirma.
Pouco depois
Após a saída da fiscalização, contudo, um grupo de moradores voltou ao local com cerca, pedaços de pau e fitas para demarcar os terrenos. Um ocupante, de 39 anos, que preferiu não se identificar, diz temer a ação da polícia, mas admite que tentaria erguer sua casa novamente, pois não tem para onde ir. “Eu e minha esposa estamos desempregados, não tenho condições de pagar aluguel”, argumenta.
Os filhos da dona de casa Irani Rocha da Silva, 52, estão na mesma situação. Ela vive em uma casa localizada na área em processo de regularização, mas apoia a ocupação do espaço que permanece vazio.
“É melhor que esse terreno vire moradia para quem precisa do que esconderijo para assaltantes e usuários de drogas. Queremos que a região melhore. Já pagamos água e luz, mas o dinheiro investido não é revertido em serviços e melhorias. É muito complicado”, reclama.
(Fonte: Jornal de Brasília – Ludmila Rocha) edição de André Silva