Deputada Liliane Roriz defende união de situação e oposição
Liliane prega união em favor de Brasília
A deputada distrital Liliane Roriz (PRTB), eleita vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, afirma que não é hora de se fazer oposição ou críticas à gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “Ao contrário, vamos unir forças”.
No sábado, os médicos do DF também se declararam em situação de greve que já tem a adesão de diversas categorias e prestadores de serviço.
Brasília e cidades do Entorno apresentam sinais de decadência em infraestrutura com a paralisação das obras e o abandono da limpeza urbana, hoje sem o cuidado comum à sua história de Capital da República.
Enquanto o ex-governador Agnelo Queiroz (PT), um dos possíveis responsáveis pelo desastre orçamentário, estaria de férias em Miami, uma série de enfrentamentos são realizados em Brasília para conter o caos financeiro.
A gestão de Agnelo é investigada pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do Distrito Federal. Antes do fim do mandato, o comportamento administrativo do ex-governador já era questionado por peritos e promotores, que avaliam ainda se ocorreu improbidade e dolo por parte do ex-governador na contratação de empresas e no eventual desvio de recursos públicos.
Liliane afirma que é um momento delicado para o Poder Executivo e que é preciso dar tempo ao Rollemberg. A parlamentar afirma que a administração Agnelo legou ao novo gestor inconvenientes administrativos e graves problemas de caixa. “Passei esses quatro anos denunciando em plenário as irregularidades que esse governo do PT realizava, inviabilizando Brasília. Não foi por falta de aviso”, diz.
Conforme a parlamentar, desde 2013 a máquina pública já dava sinais de exaustão do modelo petista. “Em agosto do ano passado, o governo publicou no Diário Oficial um rombo de quase R$ 3 bilhões. E naquela época, eu já dizia: vocês estão escalonando aumentos que o governo não terá condições de pagar, vocês não estão sendo responsáveis. Por isso digo: graças a Deus esse governo acabou!”
Liliane relata que, nos primeiros anos, existiu uma entrega da sociedade do Distrito Federal para Agnelo, tendo um voto de confiança em suas promessas. “O governo dele começou com a saúde como prioridade, mas terminou com gastos em autódromo e competições desnecessárias só para dar visibilidade, visitas técnicas ao autódromo dos Emirados Árabes, compra de cavalos de R$ 30 mil. Quer dizer, isso tudo custa muito, foi desnecessário e hoje daria para pagar quantos salários atrasados? Onde que um cavalo de R$ 30 mil vale mais do que um décimo terceiro de uma família, um Natal em paz?”, questiona a distrital.
ORÇAMENTO
Liliane relata que algumas escolhas do governante determinaram a situação caótica de Brasília. “Por exemplo: o Estádio Nacional Mané Garrincha nunca mais teve nenhuma espécie de competição. Por isso, tudo lamento Brasília estar nesta situação, pois nosso orçamento para 2014 era de 37 bilhões de reais. Jamais passamos por isso. É até vexatório saber que temos servidores sem o décimo terceiro salário”.
A parlamentar afirma que não é hora de se fazer oposição ao atual governador. Mas também diz que pretende exercer o mandato e auxiliar na condução da casa legislativa com independência. “Sempre ficamos de cócoras para o governo, isso aqui era um puxadinho, um apêndice do Executivo. Vamos fazer diferente agora. Até para poder ajudar o governo, com nossa função, que é também fiscalizar. E vamos dar suporte para que ele saia desse emaranhado de problemas”.
Liliane Roriz (PRTB) afirma que o Distrito Federal deve superar a atual crise entre março e abril. “Até a primeira quinzena de março, o governador vai tentar pagar todos os servidores. Em três a cinco meses devemos superar as demais dificuldades, incluíndo todos os fornecedores, contratantes com o governo do Distrito Federal. Essa superação acontecerá em breve”.
Liliane diz que a Câmara Distrital não ficará alheia aos processos e investigações de Agnelo Queiroz. “Quem deve tem que pagar”. Ela afirma que será uma decisão em conjunto e não de um único parlamentar a participação da Câmara Distrital nas investigações e aberturas de investigação.
“A população já percebeu que tivemos verdadeiras maquiagens por toda a parte. E isso agora começa a desmanchar. Tudo para fazer propaganda na TV. Essa realidade será discutida nesta casa”.
O Estádio Mané Garrincha receberá atenção especial de Rollemberg, diz a deputada. “Fiz essa pergunta para o governador: o Mané? Ele não sabe ainda o que fazer. Está pensando e analisando qual é o gasto que temos com ele mensalmente. Todo mundo adoraria ter este estádio. Mas a questão é de realismo; precisamos saber quanto custa por mês e se o GDF tem condições de mantê-lo. E acredito que um dos caminhos é a privatização. Pode ser que alguém se interesse.”
Estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014, o Mané Garrincha ultrapassou o R$ 1,9 bi de gastos. O TCDF fez uma projeção: o estádio irá levar exatos 1.385 anos para pagar o que foi gasto, tendo em vista as projeções de lucro e mais despesas que terá daqui para frente.
(fonte: Diário da Manhã) edição de André Silva