Homem desfigurado lembra encontro com o Papa: “pensei que ia morrer”

Um homem desfigurado por tumores e que foi carinhosamente beijado pelo papa Francisco durante uma audiência na Praça São Pedro no início do mês contou em entrevista ao MailOnline como se sentiu. “Foi como (se estivesse) no paraíso”, descreveu Vinicio Riva, 53 anos. “Ele nem sequer pensou se deveria ou não me abaraçar”.

homem desfigurado

O italiano, que sofre de neurofibromatose – uma doença genética que provocou a morte de sua mãe -, disse que o encontro com o Papa fez seu coração bater tão rápido que pensou que iria morrer. “A doença não é contagiosa, mas ele não sabia disso. Só o que ele fez foi acariaciar todo meu rosto e me fazer sentir só amor”, disse Riva.

Desde que chegou ao Pontificado, Francisco sempre reserva parte das audiências de quarta-feira no Vaticano para cumprimentar os presentes. Circulando entre a multidão, ele distribui beijos, abraços e apertos de mão entre bebês, pessoas doentes e fiéis emocionados.

 

A imagem do papa Francisco abençoando Riva circulou no mundo todo Foto: Reprodução
No dia 6 de novembro, não foi diferente. Ele desceu do altar e, sem dizer uma palavra, se dirigiu até Riva. “Primeiro, eu beijei sua mão, e com a outra mão ele acariciou minha cabeça e feridas. Então, ele me puxou para ele e me deu um abraço forte, beijando meu rosto”, descreve o italiano, que se emocionou com o gesto do Papa. “Minha cabeça estava contra o seu peito e seus braços estavam em volta de mim. Durou pouco mais de um minuto, mas, para mim, pareceu uma eternidade”.

 

A cena foi fotografada e percorreu o mundo todo, como exemplo de mais um ato de humildade do papa argentino, que desde que foi eleito líder máximo da Igreja Católica vem surpreendendo o mundo com gestos que vão de ligações telefônicas para fiéis a convites para que desabrigados jantem na Paraça São Pedro.

Riva foi ao Vaticano acompanhado de sua tia Caterina Lotto, 68 anos. Ele conta que depois do abraço do Papa, se sentiu tão emocionado que virou-se para ela e disse “isso vai me matar”.

O italiano já passou por uma série de cirurgias no coração, garganta e olhos e muitas vezes tem dificuldades para respirar em função da doença. Ele conta que é comum acordar com a roupa coberta de sangue das feridas que se abrem. Ele mora com a irmã Morena, 46 anos, que também sofre da doença, na área rural de Vicenza. Os dois herdaram a neurofibromatose da mãe, Rosalia, que só desenvolveu o problemas após engravidar.

Em Riva, os primeiros sintomas da doença apareceram aos 15 anos e o incômodo se agravou quando o pai o retirou da escola e colocou para trabalhar com ele, em construções. Hoje, ele trabalha em uma casa de reposuo e gasta o tempo livre passeando de bicicleta pelo vilarejo, comendo pizza com os amigos ou acompanhando partidas de futebol – sua paixão. Ele também gosta de ler romances e é conhecido por levar flores para as enfermeiras sempre que precisa se submeter a um novo tratamento. Solteiro, ele espera encontrar uma mulher especial com quem possa dividir os próximos anos.

Terra
 

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