Legislativas na Tailândia serão mantidas no próximo domingo

O governo tailandês anunciou nesta terça-feira a manutenção das eleições legislativas antecipadas no dia 2 de fevereiro, negando-se a ceder às pressões e ameaças dos manifestantes que pedem a anulação das mesmas.

A comissão eleitoral, que pressionava para adiar a votação, propôs durante um encontro nesta terça-feira com a primeira-ministra Shinawatra o adiamento das eleições por 120 dias, mas finalmente decidiu mantê-las no dia 2 de fevereiro, explicou o porta-voz adjunto do Executivo, Chalitrat Chantarubeksa.

“As duas partes acordaram em avançar em direção à organização das eleições de 2 de fevereiro”, disse.

O encontro foi realizado após uma decisão do Tribunal Constitucional, que considerou na semana passada que as legislativas antecipadas poderiam ser adiadas.

Mas, desde antes do início da reunião, o vice-primeiro-ministro, Surpaong Tovichakchaiku, havia insistido que as eleições, às quais o partido no poder chega como favorito, deveriam “ser realizadas porque a maioria da população quer as eleições”.

Centenas de manifestantes se reuniram diante do edifício oficial onde era realizado o encontro e perto do qual foram ouvidos tiros. Duas pessoas ficaram feridas, segundo os serviços de emergência, embora as circunstâncias sejam confusas.

No domingo, um dos líderes das manifestações antigovernamentais morreu baleado em Bangcoc, durante operação de boicote à votação antecipada organizada uma semana antes das eleições legislativas.

Suthin Tharathin foi baleado na cabeça enquanto fazia um discurso em cima de uma camionete perto de uma seção eleitoral.

Tharathin era um dos líderes do Dhamma Army, um dos grupos mais radicais do movimento antigovernamental tailandês organizado em torno de Suthep Thaugsuban.

O manifestantes, que formam uma oposição heterogênea, ligada às elites de Bangcoc, aos ultra-monarquistas e aos habitantes do sul, exigem há três meses renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e o fim do sistema político que chamam de “sistema Thaksin”, em referência ao irmão de Yingluck.

O ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra está exilado desde 2006, quando foi derrubado por um golpe militar. Mas continua sendo o personagem central da política tailandesa, o que provocou sucessivas crises políticas entre seus partidários e críticos.

A votação antecipada – prevista para ajudar os eleitores que não poderiam se deslocar no próximo domingo – era vista como um teste.

Quase 440.000 eleitores, de dois milhões registrados, não conseguiram depositar os votos nas urnas, impedidos pelos manifestantes.

Yingluck Shinawatra, que dissolveu o parlamento na tentativa de acalmar os ânimos, se recusa a renunciar para dar lugar ao “conselho do povo” reivindicado pelos manifestantes.

Em função da situação, na terça-feira passada o governo resolveu declarar estado de exceção em Bangcoc e em seus subúrbios.

O estado de exceção, que entrou em vigor na quarta-feira passa e que será válido por um período de 60 dias, outorga mais poderes às forças de segurança, que, no entanto, se comprometeram a não sufocar por meio da força o movimento de contestação. (Por: AFP)

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