Criança decide doar cabelos para pacientes com câncer

Cleire acredita que o fato de sua mãe, avó da menina, ter tido câncer há dois anos, ajudou a incentivar a garotinha

clarice“Eu era a Rapunzel e agora sou a Branca de Neve”, disse Marcella Barbosa, de cinco anos, explicando que mudou de nome após ter cortado os cabelos para confecção de perucas destinadas a crianças e adolescentes com câncer. Ela ainda listou mais motivos para a ação solidária: “Acho bonito, tem muitas crianças sem cabelos e eu quis ajudar”.

A ideia surgiu após uma campanha para doação de cabelos feita na igreja que a menina frequenta com a família, em Águas Claras. “Ela viu outras pessoas, todas adultas, cortando os cabelos para doar e quis fazer o mesmo”, conta a mãe, a enfermeira Cleire Rodrigues,   31 anos.

“Fiquei com medo de que ela se arrependesse e não quis permitir a princípio, mas ela insistiu por quase dois meses. Quando fui à casa de uma amiga, que é cabeleireira, ela tocou novamente no assunto e resolvi deixar”, lembra.

Cleire acredita que o fato de sua mãe, avó da menina, ter tido câncer há dois anos, ajudou a incentivar a garotinha. “Apesar de muito pequena, ela acompanhou todo o processo, viu o sofrimento que a doença causa e acho que quis ajudar outras pessoas na mesma situação”, conta.

Assim que saiu da Abrace, entidade que atende crianças com câncer e entidade escolhida para entrega dos cabelos, Marcella já pensava em deixar as madeixas crescerem novamente. “Ela perguntou: ‘Mamãe, posso deixar o cabelo crescer para doar de novo?’.  Então, acho que gostou né?”, brinca Cleire.

Cautela

Mas a enfermeira foi cautelosa durante o processo de doação. “Cabelo vale dinheiro, fiquei com medo de entregar em lugar errado e eles não utilizarem para o fim adequado ou não repassarem às instituições que realizam esse trabalho. Nos dias de hoje precisamos tomar cuidado com essas coisas”, recomenda.

Por esses motivos, ela  preferiu entregar os cabelos pessoalmente na sede da Abrace, no Guará.

Informação faz corrente do bem

Na Abrace, uma  equipe  recepciona  as doações e confecciona  as perucas de acordo com a demanda. Dessa forma, os cabelos de Marcella chegarão a quem mais precisa.  E além de beneficiar os pacientes, a ação   motiva ainda outras pessoas a participar, formando uma corrente solidária.
As redes sociais têm sido fortes aliadas na divulgação deste tipo de ação. É através da internet que pessoas  divulgam suas doações por meio de fotos e vídeos e estimulam outras a fazer  o mesmo.
Orgulhosa, a mãe de Marcella postou fotos da menina em um grupo no Facebook e a publicação foi recorde de curtidas e compartilhamentos. Uma apresentadora de TV, ativista da causa, replicou as fotos em sua página. “O importante é incentivar outras pessoas a fazer o mesmo e levar informação, mostrando como   doar. Muita gente ainda não sabe”, conclui Cleire.
 
 

(Fonte:Jornal de Brasília) edição de André Silva

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