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Lago Paranoá será usado para abastecimento no DF pela primeira vez

Reservatório que mais sofre com a pressão urbana, o lago reforçará o consumo humano no Distrito Federal, a partir de 2018. Assoreamento na região preocupa especialistas

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O motorista Amauri Bastos costuma pescar no Paranoá e se indigna com a quantidade de lixo nas águas

Pela primeira vez, o Lago Paranoá será usado para o abastecimento do Distrito Federal. A previsão é que, a partir de 2018, suas águas cheguem até a torneira dos moradores. Apontado como alternativa para o crescente consumo, o Lago Paranoá é o reservatório local que mais sofre com a pressão da cidade. Além de estar localizado em território totalmente urbanizado, ele tem duas estações de tratamento de esgoto e passa por processo crescente de assoreamento. Com um uso a mais, especialistas alertam que será preciso redobrar o monitoramento e os cuidados para que o lago permaneça salubre.

Estudos da Universidade de Brasília (UnB) mostram que o volume do lago diminuiu de 2% a 4% nos últimos anos por causa do constante processo de assoreamento ao qual o reservatório está submetido. De acordo com o professor do Instituto de Geociências Henrique Roig, o número não é considerado alto, quando comparado ao tamanho do espelho d’água, mas denuncia um quadro preocupante. “Os dois principais pontos de concentração de sedimentos no Paranoá são onde desaguam os córregos do Riacho Fundo, na Asa Sul, e do Bananal, na Asa Norte. No primeiro, o assoreamento tem 3km de extensão e, no segundo, 800m”, detalha.

Dados inéditos levantados pelo pesquisador mostram como a área do córrego Riacho Fundo mudou desde 1958 até a atualidade (veja infográfico). Segundo Roig, a principal causa do assoreamento são obras realizadas de forma irresponsável. “Não é a urbanização em si que gera os sedimentos, mas o processo. Um prédio não causa assoreamento. A origem do problema são os entulhos mal condicionados e o desmatamento desnecessário, decorrentes da falta de planejamento na construção.” Para Roig, no entanto, a situação pode melhorar quando o lago for fonte de abastecimento, uma vez que a fiscalização precisará ser mais constante e envolverá diversos órgãos.

 

(Fonte: Paloma Suertegaray , Flávia Maia – Correio Braziliense) edição de André silva

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