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Zé Antônio: o homem que pode movimentar o jogo político de Valparaíso

O vereador e pré-candidato à prefeitura Zé Antônio tece duras críticas à gestão de Pábio Mossoró em Valparaíso e aguarda o posicionamento definitivo do grupo de Lêda Borges quanto à oficialização ou não de sua candidatura

Mesmo sendo do mesmo partido do atual prefeito de Valparaíso, Pábio Mossoró, o MDB, o vereador Zé Antônio é hoje um dos opositores mais ferrenhos do gestor do Executivo. E essa mudança radical se deu recentemente, em novembro de 2023, quando deixou o cargo de secretário de Assistência Social e Cidadania para voltar à Câmara Municipal, onde não poupa críticas a Mossoró, em seus discursos na tribuna.

O vereador alega que, assim como muitos cidadãos valparaisenses, ele foi “enganado” pelo prefeito e não poderia continuar ao lado de quem “não escuta a voz das ruas”. Para alguns, tal postura pode soar como um comportamento meramente demagógico ou interesseiro, ao sabor dos “ventos” eleitorais. Para outros, porém, é um ato de coragem e coerência. Seja qual for a avaliação da população sobre essa reviravolta no posicionamento político, o fato é que Zé Antônio parece pronto a dar o seu passo mais ousado até o momento: conquistar a prefeitura de Valparaíso de Goiás.

Entretanto, mesmo aparecendo sempre ao lado da deputada federal Lêda Borges (PSDB) e já posando como pré-candidato, ainda não se sabe se ele vai mesmo concorrer ao Executivo municipal, algo que só vai ser definido nas próximas semanas.

No xadrez das intenções de voto, Lêda ainda surfa com vantagem nas pesquisas. Será mesmo que ela vai ceder sua candidatura em favor de seu apadrinhado? Em caso positivo, haverá realmente uma “transferência” de votos? Em meio a tantas incógnitas, o fato é que Zé Antônio parece ter planos muito claros quanto ao seu futuro político e quer mostrar que tem fôlego próprio para suplantar os seus adversários, cujo grande trunfo é ter em mãos a máquina governamental para auxiliar no convencimento dos eleitores.

Na entrevista a seguir ao Jornal Opção Entorno, o vereador faz um apanhado sobre sua experiência no meio político, tece acusações contra a atual gestão de Valparaíso e fala sobre suas pretensões eleitorais.

Luciana Amaral – O senhor já está na política há mais de uma década. Poderia contar um pouco sobre sua trajetória?

Zé Antônio – Minha história com Valparaíso começou quando eu tinha apenas 4 anos de idade. Minha família se instalou na cidade e não saiu mais. Iniciei na política justamente porque sabia e via de perto os anseios da população. Em 2009, me tornei coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, o PETI, onde desenvolvi um trabalho gratificante e muito importante com os jovens do município. Em 2012, decidi que era hora de fazer mais. Me candidatei e fui eleito vereador. Em novembro de 2014, fui convidado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social, onde fiquei até o meio do ano de 2016. Nas eleições de 2016, a população reconheceu o meu trabalho e amor por Valparaíso e me tornou o vereador mais bem votado. Em 2019, fui eleito presidente da Câmara Municipal e coloquei a Casa de Leis no ranking de transparência do TCM, o que nunca tinha acontecido até então. Em 2020, fui novamente o vereador mais bem votado. Entre 2021 e 2023, tomei posse como secretário de Assistência Social e Cidadania, onde fizemos um trabalho humano, acolhedor e que desenvolveu projetos sociais importantes, como as reformas na Casa do Idoso Acolhendo com Amor e no Abrigo Infantil do Parque São Bernardo; a instalação do Núcleo Senai do Bairro Céu Azul; além de conseguir trazer programas, como o Mães de Goiás e Aluguel Social, por exemplo.

Luciana Amaral – Uma eleitora de Valparaíso disse se sentir frustrada com o comportamento de vereadores depois de eleitos, pois não foi ouvida por eles, quando precisou. Então, ela questionou: “Qual é a função do vereador”? O que o senhor responderia?

Zé Antônio – A função básica do vereador é legislar, fiscalizar e ser realmente a voz da população. Nosso gabinete atende cerca de 60 pessoas por mês. Diariamente, recebemos denúncias e demandas diversas da população, principalmente sobre problemas referentes à infraestrutura, vagas de escola e saúde. Esse é o nosso jeito de trabalhar: ouvindo os moradores e fiscalizando as várias denúncias que chegam a nós todos os dias.

Luciana Amaral – O senhor foi secretário de Assistência Social na prefeitura de Valparaíso. Quais os motivos que o levaram a romper com a gestão de Pábio Mossoró?

Zé Antônio – Assim como milhares de cidadãos de Valparaíso, fui enganado pensando que a atual gestão tinha um bom projeto para a cidade, e não um projeto pessoal. Não posso caminhar com um prefeito distante da população e que não escuta a voz das ruas. Mesmo o prefeito me pedindo para ficar, renunciei ao cargo por entender que não posso estar com quem não ama e não se preocupa com o nosso povo.

Luciana Amaral – Em sua opinião, “a marca da atual gestão em Valparaíso é lançar obras e deixá-las pela metade”. Por quais razões o senhor faz essa crítica?

Zé Antônio – Porque esta é a realidade da cidade hoje e o cidadão de Valparaíso sabe bem do que estou falando. Cito como exemplo a reforma da UPA Marajó, que deveria ser entregue em janeiro deste ano e está pela metade. Temos também a triste realidade do Setor de Chácaras Anhanguera, em que a Prefeitura lançou as obras de Infraestrutura orçadas em R$ 61,94 milhões e só começou a executar parte delas após denúncias e fiscalização do TCM. Temos vários outros exemplos como esses. A verdade é que a atual gestão lança obras eleitoreiras e simplesmente não conclui.

Luciana Amaral – Uma das grandes marcas da atual gestão vai ser o viaduto da BR-040, que é muito aguardada pelos valparaisenses. O que teria a dizer sobre essa obra?

Zé Antônio – Primeiro, quero deixar claro que esta não é uma obra somente da gestão municipal. Há investimento de várias esferas. Para se ter ideia, em 2023, o governador Ronaldo Caiado conseguiu, junto ao Ministério dos Transportes, o investimento de R$ 900 milhões para obras de infraestrutura em Goiás, sendo que parte deste valor foi destinada para as obras do viaduto da BR-040. Além da intervenção do governo estadual, houve forte atuação da bancada goiana no Congresso Nacional, que também destinou recursos para essa obra. A deputada Lêda Borges, por exemplo, participou ativamente da liberação da obra junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT). O viaduto é o resultado de esforços mútuos. É uma obra que, sem dúvidas, vai contribuir para desafogar o trânsito da BR-040, que hoje penaliza muito os moradores, principalmente dos bairros Valparaíso I e II.

Luciana Amaral – Este é o seu terceiro mandato como vereador e, nas últimas eleições, o senhor foi o mais votado em Valparaíso entre os 13 parlamentares. Mas, para a prefeitura, o “jogo” é outro e é preciso conquistar muito mais eleitores. Como pretende chegar lá, caso sua candidatura se confirme?

Zé Antônio – Com muito trabalho e ouvindo o povo. Me sinto preparado para o desafio de ser prefeito de Valparaíso e fazer uma gestão que acompanhe o crescimento da cidade. Isto é o que cidadão espera de um prefeito, que esteja presente, que ame a nossa cidade e que a prepare para o presente e futuro.

Luciana Amaral – Lêda Borges tem um capital político muito forte no município. O senhor acredita que haverá, de certa forma, uma transferência de votos para o seu nome, se for realmente candidato ao Executivo municipal?

Zé Antônio – A Lêda tem uma grande história com a cidade, que continua sendo escrita agora como deputada federal. O apoio dela em nossa pré-candidatura me deixa muito feliz e honrado. Nosso projeto é uma união das pessoas que estão indignadas com o descaso e a ausência da gestão municipal.  

Lêda Borges e Zé Antônio: ainda não se sabe qual dos dois entrará na disputa pela prefeitura de Valparaíso (Foto: Divulgação)

Luciana Amaral – E por falar em Lêda Borges, o senhor defende que ela e Dra. Zeli devem continuar como parlamentares, para ajudar a destinar mais verbas para o município?

Zé Antônio – Esta não é uma decisão minha e diz respeito apenas a cada uma delas. Há muitas maneiras de ajudar a nossa cidade e isto é o mais importante. Respeito a decisão de cada uma, seja ela qual for.

Luciana Amaral – Atualmente seu partido é o MDB, o mesmo de Pábio Mossoró. Mas existem especulações de que o senhor irá migrar para o PL. É verdade?

Zé Antônio – Sim. Existe esta possibilidade. Estamos dialogando com o PL, através do senador Wilder Morais, além de outros partidos, para criar uma frente ampla em defesa de Valparaíso.

Luciana Amaral – Em suas redes sociais o senhor afirmou: “A nossa cidade é rica. Falta vontade de fazer”. O que faria por Valparaíso, se estivesse na prefeitura?

Zé Antônio – Usaria todos os recursos possíveis e necessários para preparar a nossa cidade para o seu crescimento, tornando Valparaíso 100% independente de qualquer outro município. Isto se faz com bom uso do dinheiro público, sobretudo na área de infraestrutura, saúde e transporte público. Digo e repito: dinheiro tem, o que falta é vontade e preparo para fazer.

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