Perícia de incêndio em Brasília é referência no País

Foto: Tony Winston/Agência Brasília
Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal é o único do País com serviço de perícia que funciona ininterruptamente. São quatro equipes fixas que se revezam em escala de 24 por 72 horas para atender a todas as ocorrências de incêndio.

A Diretoria de Investigação de Incêndio tem, atualmente, dois laboratórios: um analisa possíveis falhas elétricas, o outro, componentes químicos envolvidos no incêndio. Ainda há uma sala com um simulador computacional — programa em que são colocadas informações básicas do acidente, como presença de móveis, planta do local atingido e foco inicial. A ferramenta mostra, de forma didática, como o fogo se propagou.

Em 2008, com a chegada do cromatógrafo a gás com espectrômetro de massa — equipamento que consegue, em tempo real, definir substâncias determinantes para o incêndio, como gasolina ou álcool —, o Corpo de Bombeiros do DF desenvolveu uma metodologia própria de análise de amostra de incêndio por identificação da presença de líquido inflamável. Além disso, foi elaborado um artigo sobre o tema, apresentado durante congresso da Sociedade Brasileira de Química, em 2010.

Capacitação
Desde 1973, instrutores de Brasília treinaram 692 militares e 104 técnicos de investigação em todo o País. Esses números envolvem bombeiros do DF e de outras unidades da Federação e agentes da Polícia Federal. Segundo o diretor de Investigação de Incêndio, coronel Souza Santos, apenas três estados não tiveram equipes treinadas pelo Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Quando solicitada, a equipe brasiliense dirige-se ao local para a capacitação.

As equipes de perícia da corporação também estão atuando em incêndios florestais desde o início de 2015. O trabalho da diretoria auxilia as outras áreas da corporação. “Costumo dizer que quem mais ganha em um lugar onde há perícia é a população”, resume o coronel. Ele explica que, com os fatos apurados na investigação, é possível melhorar o planejamento das ações e, consequentemente, o serviço prestado. “Conseguimos saber se o socorro foi prestado a tempo e com eficiência, por exemplo”, completa o subdiretor de Investigação de Incêndio, tenente-coronel Arilson Farias.

Na década de 1970, a perícia de incêndio começou a ser desenvolvida em Brasília. Nos anos 1990, depois de um convênio com uma agência de cooperação internacional do Japão, a corporação recebeu equipamentos modernos, na época raros no Brasil. Em 1996, peritos do Corpo de Bombeiros foram solicitados para atuar na explosão de gás liquefeito de petróleo (GLP) em um shopping de Osasco (SP).

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