PSDB na Câmara pedirá no plenário afastamento de Cunha da presidência

CAMARA/RENEGOCIACAO DA DIVIDA DOS ESTADOS E MUNICIPIOS

Após se reunir na noite da última terça-feira (10), a bancada do PSDB decidiu pedir no plenário o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo por conta das acusações de ter se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras.

Investigado na Operação Lava Jato, Cunha responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal(STF) e é alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara por suposta quebra de decoro parlamentar. Segundo o Ministério Público Federal, Cunha recebeu propinas do esquema e mantém contas secretas na Suíça. O peemedebista nega ser proprietário de contas no exterior, mas admitiu ter o usufruto de ativos administrados por um truste na Suíça.

Segundo o vice-líder do PSDB, Nilson Leitão (MT), a bancada tucana divulgará nesta quarta-feira (11) uma nota pedindo a saída de Cunha. O posicionamento também será defendido pela primeira vez na tribuna do plenário.

Há algumas semanas, o partido já havia soltado uma nota conjunta com outros partidos da oposição, mas evitava fazer cobranças diretas a ele no plenário. A estratégia até então era permanecer ao seu lado em troca de que desse andamento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Chegamos num limite porque entendemos que isso prejudica o Brasil e não podemos ser usados como barganha. Vamos pedir o afastamento dele e deixar clara a posição dos membros do partido no Conselho de Ética, que, se não houver prova convincente, eles serão contrários ao presidente”, disse Leitão.

O líder da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), afirmou ainda que, na reunião, ficou decidido que os representantes da legenda não participarão mais dos almoços realizados às terças pelo presidente Cunha com aliados na sua residência oficial. O objetivo é marcar a mudança de postura da legenda.

Nos encontros, além da pauta de votação, eles discutiam outros assuntos – nesta terça, por exemplo, Cunha comentou sobre a estratégia da sua defesa às acusações de manter contas e mostrou aos presentes dois passaportes com carimbos de viagens que comprariam os negócios que fez na África na década de 1980 – e que comprovariam o dinheiro nas contas atribuídas a ele na Suíça.

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